I - "A Luz & A Sombra" [ATO II]

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(Obs.: A tradução do diálogo em esperanto / latim está nos parênteses logo ao lado do texto)


[LIVRO I, CAPÍTULO I: ATO II]


"... Que insuportável! Toda vez a mesma coisa... Prédios, lanças... Essas coisas não param de me perseguir, não vai embora nunca!"


Ele está sem as vestes da parte de cima e seu rosto está bastante suado. Ele Passa as duas mãos no rosto seguindo a jogar para trás seus cacheados e molhados cabelos castanhos.


- Pai amado, Eu Preciso de um banho agora, na moral.


Desce Ele da cama e calça os chinelos logo em seguida. Olhando para frente há a cama da irmã que dorme serenamente abraçada a um bichinho de pelúcia. Ele põe os dois cotovelos no joelho e se debruça dando um sorriso de quem expressa grande ironia, mas também alívio.


"... Ela dorme assim desde mil novecentos e sei lá a contagem. Queria Eu poder... O sono dela é muito tranquilo. Imagino com o que é que ela está sonhando hoje... Será que é sonho com brownies de novo?"


A moça se vira para o lado do irmão. Seu braço direito segura o bichinho de pelúcia e o esquerdo cai para fora da cama. Sem jeito algum, Ela balbucia enquanto permanece adormecida:


-... Ahn... Nhamm... Choco... Chocolate!


Virando-se, em seguida, para o lado oposto ao dele Ela continua a balbuciar nomes de inúmeros doces e sua vontade de consumir todos eles. Christian exibe uma expressão de grande vergonha daquela situação e acaba não se sentindo a vontade para continuar ali observando.


"Caralho Lúcia, ninguém te merece viu...".


Pensa Ele, saindo da cama em seguida. Seguindo de lá até a cozinha, caminhando a passos lentos e descendo as escadas, por alguma razão Ele não segue para o banheiro. Ele passa pela porta deste, que fica próxima aos degraus iniciais que dão acesso ao segundo andar, e abre a geladeira.


Com olhar fixo numa jarra, com um líquido de cor vermelha, decide pega-la e bebe o suco que ainda resta diretamente dela. Ele para em seguida para observar a janela que dá para rua, logo em frente a Pia da cozinha.


Seguindo até lá Ele deixa o recipiente dentro dela e fica parado ali um pouco para sentir uma leve brisa que inicia seu sopro através deste local. A brisa está agradável e faz até mesmo Ele fechar os olhos por alguns segundos.


"... Essa brisa me faz lembrar a minha Mãe... O pouco que Eu lembro né? A Lúcia fala que não se lembra de quase nada dela, mas eu lembro que Elas duas eram muito parecidas, tenho certeza quase... Mas nem posso criticar Ela: A gente não lembra quase nada da nossa infância. Caramba, a gente ficou naquele orfanato desde quando? Três ou quatro anos de idade? É, acho que foi tipo isso mesmo. Nossa... A gente é muito fodido pela vida! Que merda, hahah...".


Seus olhos se abrem repentinamente, seus pensamentos se interrompem abruptamente.


"Que porra de cheiro é esse? O botijão tá vazando ou o esgoto tá subindo de novo pela pia?"


Cristian está com suas mãos apoiadas nas bordas da pia. Ele olha para dentro da mesma e não vê indício algum de que os dejetos da rede de esgotos da casa estejam voltando pelo ralo localizado ao centro. Anda Ele um pouco para o lado, onde fica o fogão perto do chamado Botijão de Gás, e ao abaixar perto deste seu olfato não detecta nenhum odor vindo dali.


Precavido, Ele se levanta, vai até a Pia e pega uma esponja que embebe um pouco de um líquido para que a mesma solte espuma. Faz isso para passar na saída de gás do Botijão tendo certeza de que não há vazamentos.


"Regina nostra... Veni ad nos, servi sumus... Audi nos domine princeps, Omnia debet mori porcos!" (Nossa Rainha... Venha a nós, somos servos... Você é um príncipe, todos os porcos devem morrer!)


- Que porra é essa?!


Exclama o Rapaz ainda abaixado. Ele sente um sussurro em seus ouvidos com vozes a falar em Latim para, infelizmente, seu não entendimento e maior temor. Há uma mistura de medo e curiosidade dentro de Christian e seu pensamento inicial era o de não se virar para ver o que é. De todo modo Ele também pondera se o que estava ouvindo, ali, poderia de alguma forma causar prejuízo à sua Irmã indo atrás dela. Ele brada em tom nervoso, ainda agachado e de costas.


- Você me quer? Eu tô aqui, pode me pegar, me leva logo e acaba com essa merda! Mas deixem minha irmã em paz! Ela é tudo pra mim, vocês não vão chegar nela!


Christian cerra os punhos, fecha os olhos, inspira e se ergue abrindo os olhos em seguida enquanto se vira para onde suas costas estavam voltadas. Ele estava a temer o pior e seu coração batia acelerado.

O Despertar: Caos Sagrado - Os Escolhidos (Livro 1)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin