Conversa?

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- Pode ficar a vontade. - eu disse assim que abri a porta do apartamento e joguei a chave de qualquer jeito no sofá. - Você quer alguma coisa? Água? Suco?

Shuhua passou o caminho todo em silêncio, desde o restaurante até aqui. Seu silêncio era como uma agonia para mim, eu simplesmente não sabia o quê esperar dela. Não dessa nova Shuhua. Eu não sabia o quê estava se passando em sua mente agora, mas a minha era um caos. Eu estava começando a me acostumar com a bagunça que Shuhua me deixava.

- Não quero nada. - disse categórica. - A única coisa que quero é entender porquê você continua com isso.

- Com isso o quê? - perguntei confusa.

- Isso. Esses seus joguinhos. Primeiro você me provoca, agora termina minha música. Sabe o quão íntimo isso é para mim? - ela soltou uma risada amarga. - Não, você não sabe. Estou começando a pensar que você não sabe nada sobre mim, assim como eu não sei nada sobre você.

- Sobre a música, eu sinto muito Shuhua. De verdade, eu sinto muito. - fiz uma pausa. - Agora, sobre as provocações, seria hipocrisia da minha parte me desculpar sendo que não me sinto culpada. E isso pode soar horrível porquê eu sei que você tem uma namorada. Mas eu simplesmente não consigo me importar. E sei que você também não, porquê consigo enxergar em seus olhos que você não a ama.

- Então é sobre isso? - ela perguntou. - É sobre o sexo? Me diga se eu estiver errada, mas você mesma disse uma vez o quão difícil era pra você ter que me tocar.

Ela sorriu para mim e eu mordi o lábio inferior. Shuhua nunca iria esquecer aquilo, mas como poderia? Eu havia quebrado seu coração.

- Não, Shuhua! Não é sobre sexo! - eu parei. - Não é apenas sobre o sexo.

Eu me importo com você! Eu te amo!

Eu queria gritar aquelas palavras, mas eu simplesmente não conseguia. Eu me odiava por não expor meus sentimentos. Sei que deveria, mas há algo que me prende e eu odeio isso. Eu odeio ter que amá-la em segredo.

- O quê você está fazendo? - perguntei sentindo minha boca secar ao vê-la desabotoando os botões de sua blusa.

- Não é isso que você quer, Soojin? - ela levantou a sobrancelha me encarando. - Sexo. Eu posso dar isso para você. Eu posso te fazer gritar de prazer a noite toda como Hui ou qualquer outro homem nunca foi capaz de fazer. Você apenas precisar pedir.

Engoli o nó que se formou em minha garganta. A Shuhua que eu conheci alguns anos atrás não era assim. Essa não era a minha Shuhua.

- Para com isso! Apenas pare, Shuhua! - apertei as mãos. - Você sabe muito bem que não é sobre o sexo. Nunca foi, caramba!

- O interessante de tudo isso é que, bem, você gosta de me provocar. Mas quando retribuo, você apenas corre. - ela riu. - Como a bela covarde que você é. Como sempre foi.

Rosnei com raiva e dei um passo apressado para ficar em sua frente. Consegui sentir sua respiração accelerada em meu rosto. Apertei sua cintura com força e ela mordeu o lábio.

- É isso que você quer, não é? - sussurrei. - Jennie nunca tocou você como eu toquei? Ela não te fode bem, Shuhua?

Senti sua respiração se tornar mais pesada quando afastei seus cabelos para o lado e passei a destribuir beijos pela extensão de seu pescoço. Segurei sua cintura com mais força ao escutar seu gemido baixo.

- Não tenho certeza se tem alguém em casa. - sussurrei em seu ouvido. - Então você vai ter que gemer bem baixinho para mim, amor.

- Vamos logo com isso, Soojin. - ela tentou se soltar, mas a segurei com mais firmeza.

Caos, Farpas e Afins Where stories live. Discover now