Sophie, Corbin e França.

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"Gostaria de começar essa carta me desculpando por todo mal que te fiz passar, porquê sei que fui uma completa idiota. Você confiou em mim, você se entregou para mim, e eu estraguei tudo isso, Shuhua. Sei que nada do que eu disser vai reparar todo estrago que posso ter causado em você nesses últimos anos, mas eu preciso que saiba. Eu preciso que saiba o quê nunca conseguirei dizer em voz alta.

Eu nunca fui muito boa em lidar com sentimentos e as coisas só pioraram quando você entrou em minha vida. Eu me sentia presa, pensei que algo estava errado e toda vez que eu olhava para você, parecia que meu coração iria saltar do meu peito. Eu odiava sentir aquilo. Por favor, espero que não me entenda mal, mas eu odiava sentir aquilo por você. Porquê você é uma mulher e isso não vai mudar. Eu tentei, de todo jeito, esconder o quê sentia por você. Mas parece que não conseguia. Até mesmo meus pais acabaram percebendo. Meu pai, quando soube, não parecia se importar, mas ele não se importava com nada que fosse direcionado à mim. Minha mãe, no entanto, apenas anseiava por nos separar e foi por isso que fiz o quê fiz, meu amor. Ela queria tirar você de mim, e ela conseguiu. Eu sei que fui uma covarde e que deveria ter lutado pelo nosso amor, mas eu não podia. Pelo menos não naquela época. Minha mãe conseguiu realizar tudo o quê planejou naquela época. Me separar de você, me mandar para fora do país e por fim, me fazer voltar com Hui. Ela conseguiu tudo isso. A única coisa que ela não conseguiu, de maneira alguma, foi me fazer deixar de amar você.

Porquê eu ainda te amo. Eu amo muito. Mais do que conseguiria explicar, para falar a verdade. Você é impossível de não se amar, e olha que eu tentei. Mas eu a amo tanto que eu queria o melhor para você. E infelizmente, uma garotinha medrosa e assustada nunca foi o melhor para você. Talvez isso nunca vá justificar a maneira que quebrei seu coração, talvez você vá dizer que é apenas mais uma das minhas desculpas esfarrapadas. Afinal de contas, você sempre gostou de me contrariar.

Você, com esse seu jeito descontraído e espontâneo de ser. Você que tinha seus dias ruins, mas que na maioria das vezes chegava em meus piores dias para poder iluminar o meu mundo que sempre fora totalmente preto e branco. Mas você sabia, desde o começo, que eu era uma bagunça. E você sabia que eu não conseguiria permanecer muito tempo ao seu lado. De qualquer maneira, nada mais importa. Você deve me odiar agora, e eu não posso culpá-la. Eu sei que muito provavelmente você já seguiu em frente e que eu deveria fazer isso também, mas simplesmente não consigo. Sophie, uma das garotas que fiquei mais próxima nesses últimos anos, disse que eu deveria parar de pensar em você e procurar pessoas novas. Sim, Hui e eu terminamos, se quer saber. Nunca chegou a acontecer algo de verdade, para ser sincera. Isso também foi mais um dos joguinhos de minha mãe. Mas Hui percebeu que nunca teria nada vindo de mim, então ele se cansou. Isso durou mais do que deveria. Hui se mudou para Londres e pelo que fiquei sabendo, ele encontrou uma garota por lá. Apesar de tudo o quê ele nos fez, não guardo mágoas e desejo o melhor para ele. De verdade.

Tentei ter notícias sua através de Soyeon, mas ela sempre desviava o assunto. Dentre todas as meninas, Soy era a única que mantinha algum tipo de contato comigo. Eu nunca contei para ela o quê aconteceu de verdade, mas não precisava porquê ela me conhecia melhor do quê ninguém. Mas você também conhecia, Shuhua, e mesmo assim, acreditou no personagem fajuto que minha mãe inventou.

Caos, Farpas e Afins Where stories live. Discover now