Que romântico.

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Viver uma vida sem arrependimentos era uma tarefa difícil, Jimin sabia disso. Não era como se desse pra prever o que ocorreria, as possibilidades deixavam uma dor de cabeça que não valia a pena. Apesar de ter um interesse fraco, quando mais novo, por coisas que beiram a insanidade humana, já não fazia mais sentido agora que via a realidade.

Não havia como alimentar aquelas ilusões de que toda aquela situação era normal e deveria ser ignorada, havia coisas demais acontecendo e ele realmente não queria ter que se arrepender em um futuro próximo, mas sabia que iria eventualmente, sentia a amargura da manhã tomando conta de seu corpo.

Haviam se passado mais ou menos dois dias desde aquele momento extremamente íntimo com o demônio, as coisas continuavam as mesmas mas com um gosto azedo, a comunicação deles estava limitada.

Jimin estava confuso pelas atitudes de Jungkook, ele parecia disperso, Hoseok não havia dado sinal de vida e as palavras de Taehyung continuavam a perturbar sua cabeça.

Além dos seus próprios, agora tinha que lidar com os demônios reais, a apatia de Jungkook era agonizante e ele realmente queria ter coragem de perguntar se havia feito algo de errado.

Para ser sincero, ele também não se sentia em suas melhores condições, estava decepcionado. No fundo, ele esperava algo a mais vindo do anjo e do demônio, suas expectativas eram apenas suas mas ele não as alimentava sozinho. Seu coração estava extremamente apertado, principalmente quando pensava que talvez Jungkook estivesse se afastando para não o magoar no futuro, ou por não querer mais nenhum tipo de toque da sua parte. Ele estava ciente que tudo acabaria um dia, mas se sentia tão...

Ele realmente não conseguia dizer o que sentia.

Não conseguia pensar para onde fugiria e se refugiaria se cada canto agora parecia ter um toque estonteante do que era Jungkook.

Se ele fosse um anjo, estava destinado a cair de vez, que engraçado era pensar que, diante da imensidão do mundo, ele estava profundamente envolvido com um demônio. Não sabia de início, mas Jungkook tinha aquele teor doce que quando se provava não havia mais como parar, Jimin apenas queria conversar com ele para entender e parar de se sentir tão frustrado.

Seu corpo estava um pouco cansado, não havia dormido direito. Jimin havia pensado que aquela intimidade com Jungkook traria consequências físicas, mas nada ocorreu. Ele apenas se sentiu feliz.

Naquela manhã conturbada, se tivesse sorte, encontraria o demônio em sua cozinha já que Jeon e o cômodos eram quase como se fossem um só.

O pensamento era engraçado mas, como se sentia ignorado, imaginava que não o veria. Hipócrita, ele disse que ficaria ao seu lado e agora se permitia ficar recluso daquela forma idiota, Jimin apenas se sentia magoado.

Já com o uniforme colado ao corpo, ele pegou lentamente seus pertences e saiu em direção a cozinha. Não tinha mais tanta fome como antes, não sabia se era por ser daquele jeito ou simplesmente por se sentir triste em alguns momentos; agora comia uma fruta ou duas e o almoço não era algo muito trabalhado. Apenas alguns frutos-do-mar satisfaziam suas vontades.

Caminhando tranquilamente pelos cômodos com os pés tocando a madeira fria da sala, Jimin sentiu de repente a presença de Jungkook. A cozinha estava próxima, não era de se espantar que ele estivesse ali.

Jimin rapidamente teve Jeon em seu campo de visão, seus olhos percorreram cada centímetro daquele rosto bonito, sua camisa era fina e sem mangas; estava no auge de sua beleza. Parecia ainda mais atraente quando ficava pensativo mas, naquela manhã, suas feições pareciam carregadas. Ele se deliciava de algum tipo de bebida com tons duvidosos, coisas de demônio que Jimin não esperava entender.

Diaboli | pjm • jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora