Fim da maratona!
Bianca
- Namorando Gizelly. Ela está quase namorando. Pode acreditar nisso? Ela me fez biscoitos não tem nem um mês e agora está quase namorando... Eu levei sopa para essa desgraçada e é assim que ela me retribui, deveria ter deixado ela morrer! - Falei e me arrependi em seguida com o salto falhado que o meu peito deu.
Só de cogitar a possibilidade eu já afastei o pensamento batendo discretamente contra o tampo da mesa enquanto Gi se deleitava das minhas peripécias e do fato de eu ter ligado para falar de mim.
E eu nunca ligava.
E tampouco falava de mim.
Tudo culpa da Rafaella e eu sequer conseguia desejar sua morte como eu costumava fazer com meus desafetos.
E, eu sabia, que muito tinha a ver com o fato dela não ser nem perto de um desafeto, afinal a maneira que eu reagi a notícia do namoro me dizia mais do que eu queria saber sobre o que eu sentia.
Porque eu sentia, mais e por mais tempo do que eu já senti por outra pessoa.
Fosse o que fosse, pois sendo sincera, a cada dia observando seu dia pela minha persiana, a cada vez que ela vinha no meu pensamento enquanto eu me banhava sendo a palavra que eu gritava em meio ao gozo, ficava mais e mais difícil de sufocar, o que me fazia classificar isso, sem medo, como a atração mais forte que já senti.
- O que você vai fazer sobre isso Nave Bianca? - Perguntou e nem me dei ao trabalho de apontar que estava usando aquele apelido que eu não gostava outra vez, porque ela não tinha todo o artifício para ser o alvo das minhas frustrações.
Esse tinha nome, sobrenome, endereço e um toque macio e preciso.
O que seria daquele toque dentro de mim? Eu certamente não sairia andando normalmente depois.
- Nada. Eu sou a chefe e tenho cinco tios bem na minha jugular esperando apenas um erro para tomar tudo o que é meu - Eu esclareci mais para mim que para eles.
- E então se privará disso? Vai permitir que mais outro homem te diga o que vai fazer? Hai promesso, Nave Bianca! - Reclamou me lembrando das únicas palavras que eu disse a ela depois do enterro do meu pai.
"Nenhum homem nunca mais controlará os meus passos"
Marcos era meu pai, eu o amava por isso, mas ele tanto me controlava que foi sem saber sobre minha sexualidade, fui incapaz de confessar por imaginar como poderia reagir: Logo sua única filha, a quem cuidou a pulso firme, lésbica!
E, portanto, fui me escondendo de mim e do mundo até que em sua ida decidi não mais fazê-lo e não por desrespeito a ele, mas em respeito a mim e minha própria voz.
Comecei a namorar mulheres desse dia em diante, meus tios certamente não sabiam, mas tampouco era um segredo, e tinha que confessar que muito disso se devia a quão cômodo era manter-lhes longe de toda e qualquer questão inerentes a mim, ainda mais se poderiam usar isso como arma.
Eu não entregaria na mão deles.
- Não estou deixando. Eu só quero evitar um problema com meus tios, não tem nada demais nisso - Era uma forma de me preservar.
- Até poderia não ter, mas não é o caso, você sente mais por ela Bianca. Nesses anos todos você nunca se abriu comigo, nunca falou de ninguém, nem do seu pai, e hoje você disse mais palavras sobre ela do que já falou num ano inteiro - Bufei. Odiava quando Gi achava que poderia opinar tão livremente sobre minha vida.
- Gizelly... - Ameacei.
- Nem Gizelly nem meia Gizelly. Você sabe que eu não estou inventando nada. Você gosta dela, quer ela na sua cama e poderia querer fora dela e não tem nada de mal - Tudo de mal. Na verdade tudo de péssimo.
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Deliciosamente proibido - Versão Rabia
FanfictionQuando Rafa Kalimann foi contratada para trabalhar no mais famoso bistrô de São Paulo, o Paris 6, imaginou que suas funções se limitariam somente a confeitaria. No entanto, com as constantes hostilidades de sua chefe, Bianca Andrade, começou a perce...