Parte XXIX

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Últimos capítulos...

Rafaella

Paramos as duas no mesmo segundo. Bia desconfiada e eu completamente estática pela iminência de ser descoberta quando até aqui tinha dissimulado tão bem.

- Escutou isso? - Perguntou com desconfiança e eu fiz que não com a cabeça envolvendo sua nuca com meus braços a atraindo até minha língua.

- Foi só impressão sua - Disse bem devagar atraindo toda sua atenção para os meus lábios ao invés do que tinha escutado e mesmo ela, a mais desconfiada das mulheres, cedeu quando chupei sua língua causando-lhe um sorrisinho lascivo antes de me pressionar de volta contra a parede naquele escuro.

Eu era plenamente consciente de que estava finalmente no lugar onde fantasiei assim que confirmei seu interessse feminino, entretanto, mesmo assim sabia que não poderia me deter, não ainda, havia um embate inadiável, a única maneira de manter o coração que eu tanto queria cuidar em paz.

Assim, a contragosto, fui diminuindo o ritmo do encontro faminto dos lábios até que tivéssemos uma falsa sensação de saciedade com os selinhos demorados em que ainda sim Bia insistia em deixar sensual com o acréscimo de suas mordidas.

- Bianca - Repreendi quando descansamos nossas testas unidas uma sobre a da outra.

- Não consigo resistir - Admitiu e lá se foi mais um motivo para que eu a presenteasse com outro roçar de lábios que terminava num sorriso.

- Temos uma festa para ir - Avisei tomando o ar necessitado já a um tempo de maneira devagar.

- E se eu te propor uma outra? Pegamos uma garrafa de vinho e vamos para minha casa, eu coloco um álbum da Ana Carolina e reafirmamos nossa homossexualidade... - Uma risada brotou desde o meu âmago e por mais que parecesse tentador eu tive que declinar, ainda mais com Gizelly toda apressada no campo de visão acima dos ombros de Bianca.

- Nós duas temos muito o que fazer hoje e é melhor que cumpramos com nossos compromissos - Conclui dando um leve beijinho em sua testa antes que eu começasse a me afastar dela.

Por algum motivo o meu coração pesou um pouco quando nossos dedos unidos foram se afastando quando Bianca parecia querer dizer mais alguma coisa sem que tivesse dito.

- Achei que teria que jogar água nas duas garotas - Revirei os olhos pela milésima vez em sua presença aproveitando em seguida para me lembrar da sua atitude.

- Foi inevitável. Imagine você ligar a escuta e ouvir da sua melhor amiga de infância aquelas barbaridades? - Como se a madre Teresa não tivesse nunca dito coisa pior.

- Mas daí você desligou em seguida. Não? - A italiana fez que sim, mas ainda sim não controlou o riso - Mas certamente era uma coisa que gostaria de ter registrado em gravação. Seria ótimo para o vídeo de casamento - Bati em seu peito e a dramática começou a acariciar o lugar como se o tivesse socado como pensei no princípio.

- Você não será convidada para o casamento - Me adiantei em dizer para que nem criasse esperanças, com o tanto que me deixava irritada certamente me teria de cabelos em pé bem na data aguardada.

- Então haverá casamento? - Fiz que não terminantemente por fora, mas não podia negar que algo dentro de mim se revirou na possibilidade futura - Vocês são bem emocionadas. Confirmam que casais de mulheres namoram num dia e casam no outro - Terminei por dar-lhe o soco que merecia e depois agressão necessária consegui manter aquela idiota em seu devido lugar e focada no necessário.

Gi testou se estava tudo em ordem com o aparelho e comigo, repassamos ali mesmo na entrada os detalhes que teriam sido discutidos no depósito se não fosse a interrupção de Bianca e nos separamos com o acordo de que sua saída seria a deixa para que eu me aproximasse da mesa dos tios com os documentos em mãos.

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaWhere stories live. Discover now