Como fui deixar isso acontecer?

- E onde comprovo? - Indagou. E soube que o importante não era por como deixei acontecer, mas por como ia por um fim nisso, e estava prestes a fazê-lo, afinal era só abstinência e nada mais.

- Descarregue a farinha, faça o que tem que fazer no resto do dia e me encontre aqui no fim do meu expediente: As oito em ponto vou adorar te mostrar minhas habilidades com a mão... - Garanti me afastando antes que o perfume doce demais me invadisse as narinas causando irritação.

Troquei mais alguns olhares e segui caminho rumo a cozinha onde encontrei Rafaella compenetrada em seu trabalho.

Ela batia uma massa com força, a levantava em suas mãos, alargava e depois voltava a joga-la contra o balcão onde repetia o processo.

Sua mão era demasiado forte, esses dedos, sua concentração...

Suspirei.

Apenas desviei a atenção quando vi Manu se aproximar dela dizendo algo que a fez olhar em sua direção e dar uma gargalhada alta e linda em que inclinava a cabeça para trás apertando os olhos verdes lindos.

E então meu sangue todo subiu a cabeça. Como alguém que não era eu ousava fazê-la rir?

- Isso aqui não é um circo. É uma cozinha, produzam mais e falem menos, por favor! - Bradei passando pelas duas que cobriram a boca, mas logo que entrei no meu escritório voltaram a rir.

Ponderei em sair para reclamar novamente, mas então o entendi como algo um pouco demais e desisti.

Apenas me sentei na cadeira, afundando no couro e tentando tirar a imagem daquela mulher da minha mente.

Pela trigésima vez...

🗼

Quando caiu a noite eu agradeci, pois enfim me veria livre da tortura de estar aqui dentro junto aquela tentação.

Assim, depois de tudo terminado, vou saindo guardando minhas coisas na bolsa distraída, tanto, que não alcancei a ver na figura que esbarrei na saída.

Preparada para perguntar se não olhava por onde andava me retraí no último segundo ao levantar nos olhos.

A loira.

Droga, tinha me esquecido...

- Parece surpresa - Falou mantendo certa distância, mas ainda sim avaliando meu corpo.

- Impressão sua, jamais esqueceria do nosso encontro - Ela riu coçando o queixo incerta.

- Não me referia a que esqueceu, mas que eu poderia te-la assustado ao chegar silenciosamente - Explicou - Só que agora estou achando que esqueceu... - Merda.

Sem mais remédios fui me aproximando dela, tomando sua cintura sensualmente e chegando perto da sua boca que beijei em seguida, tentando a todo custo esquecer o mundo naqueles lábios, e falhando miseravelmente.

E não que tivesse sido ruim, seus lábios eram um pouco secos, mas trabalhavam bem até.

Sua língua um pouco avulsa, porém também cumpria seu papel.

Só que o problema era eu, estava fadada a procurar defeitos ínfimos por não tirar Rafaella da minha cabeça, e afastando-se e me encarando eu sabia que ela tinha reparado minha pouca entrega.

- Está com a cabeça em algum lugar ou alguém a parte de mim? - Perguntou passando seus dedos no meu rosto e evitei olha-la engolindo em seco.

- Apenas alguns problemas que preciso muito esquecer - Expliquei tomando sua cintura com um pouco mais de pegada dessa vez, evitando inalar muito fundo pelo perfume.

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora