Nothing lasts forever

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Nada dura para sempre. Tampouco a paciência para ficar deitada em uma maca de hospital, embora soubesse que o repouso era essencial para sua melhora. Como, por Odin, havia sobrevivido? Ninguém queria dizer e não era por falta de tentativas da parte da loira em descobrir.

Respirou fundo, em mais uma tentativa para se levantar, e uma dor aguda abaixo dos seios veio lembrar-lhe do que havia acontecido na casa dos Barton há mais ou menos um dia e meio. De fato havia sido idiotice tentar enfrentar sozinha um exército de capangas da HYDRA e disso foi notificada, quando, alvejada por uma espécie de canhão que um dos agentes carregava. Bom, ao menos o havia matado, com um tiro na cabeça antes de cair agonizando ao chão, torcendo para que o reforço chegasse antes de os vilões encontrarem Laura e as crianças. Estranhamente estava mais preocupada com eles do que com sua própria vida, mas não teve tempo de pensar muito sobre isso. Lembrava-se ainda de ter ouvido a voz de Barton, e a imagem embaçada do mesmo, enquanto a chamava. Ela disse alguma coisa da qual não se lembrava direito, já que estava muito ocupada sentindo uma dor descomunal...

- Estava me perguntando quando iria acordar. - A voz de Romanoff preencheu o silêncio do quarto, fazendo com que sorrisse debochada. - Ou se iria...

- Não vai se livrar de mim tão fácil, ruiva. - Debochou, tentando novamente se levantar, porém sem sucesso. - Meu Deus! O que fizeram comigo?

- Você vai sobreviver. - Natasha se sentou ao lado da mesma. - Mas aqueles caras tinham armas de última geração. Um deles carregava isso... - Ela tirou um microchip brilhante de dentro do bolso, que emitia uma luz semelhante à vista do Tesseract. Tony acha que eles podem estar usando de alguma forma energia da jóia do poder.

- Não estavam perdidas?

- Esse é o problema. Não sabemos onde elas estão, sendo assim...

- Podem estar em qualquer lugar. - Ponderou a loira. - Faz sentido. Eles precisariam de um gatilho e a história do tráfico de animais provavelmente era mais uma forma de nos despistar.

- E caímos feito idiotas. - As duas riram e suspiraran juntas. - Mas você não quer ouvir sobre a missão não é?

- Como está o Clint?

- Não quer falar comigo. Não posso culpa-lo, tampouco pedir desculpas pelo meu trabalho.

- Pedir desculpas não combina com você.

- Não! - Elas riram. - Bom, eu sei que vão se divorciar, mas você não tem que se culpar por isso. Provavelmente a situação estava ruim o suficiente antes de você aparecer.

- Não me sinto menos culpada...

Ela não pode terminar de falar pois logo a enfermaria foi invadida por um trio de loucas digo, por Janet, Jeniffer e Jéssica Drew, numa algazarra que provavelmente poderia ser ouvida de Asgard ou qualquer outro dos nove reinos.

- O Hospício vem. - Bobbi revirou os olhos enquanto ria da bagunça feita pelas amigas.

- BIRDIE! Você tá viva!!! Graças a Odin!!! - Exclamou Jéssica antes de ser empurrada pelas outras duas e quase cair em cima de Natasha. - Ai, suas Éguas!

- Culpa da Carol que não sabe esperar a vez de visita dela! - Reclamando Jennifer.

- Vez de visita, uma Ova! Agora vão logo contando qual foi o BO e porque motivo ninguém nos contou sobre a treta com a HYDRA.

- Primeiramente era uma "treta" - Natasha fez aspas com as mãos. - Da SHIELD, cujo nível de sigilo impedia que fosse divulgada aos demais membros da equipe.

- Resumindo, não era da nossa conta. - Janet disse calmamente, recebendo olhares das outras meninas. - Falei pra vocês. Agora, nos avise, pelo menos se as suas escapadas "sigilosas" - Fez aspas com as mãos imitando Romanoff. - For colocar outro membro da equipe na UTI da próxima vez, pelo menos pra ficarmos de sobreaviso.

- Garota, qualquer dia desses eu ainda te faço engolir esse teu deboche. - Brincou Romanoff.

- Aprendi com a melhor né?! Mas na boa, nós queremos mesmo saber é o que anda pegando com o Barton.

Fofoqueiras! Morse soltou uma risada interna, enquanto contava para as amigas os acontecimentos, apesar de que a parte da festa já não era segredo entre elas, aproveitaram também para falar sobre as novas armas da HYDRA, já que a treta já estava em um nível que provavelmente seria necessária a intromissão de uma das equipes de super heróis.


➴➴➴

A vida nunca foi fácil para Clint Barton. Bom, embora poucos saibam de su verdadeira origem, a história do arqueiro sempre foi cheia de aventuras, e traumas, dos quais ele constantemente tentava esquecer, ou compensar todos os dias, escondendo dos demais, afinal aquele ainda não era um mundo onde a compreensão e o perdão eram entendidos por todos. Bem, todos exceto por três pessoas. As três mulheres cuja importância que tinham em sua vida jamais poderia ser contada.

A primeira era sua melhor amiga, Natasha Romanoff. Bem, Natasha era uma pessoa complicada e o entendia, já que seu passado havia sido não muito mais virtuoso que o dele, e talvez por isso haviam se entendido de cara, apesar das tentativas de Clinton de matá-la, de início. Bem, aquela havia sido a missão a ele entregue pela SHIELD. Anos depois, durante uma missão, conheceu de forma desastrosa a mulher que futuramente tomaria todos os seus pensamentos e ele realmente pensou após assinar os papéis do divórcio que tudo mudaria.

A propósito, talvez fosse ou não o motivo da separação, naquela época já estava envolvido romanticamente com Laura, que por acaso acabou engravidando de seu primeiro filho e a notificação chegou a ele juntamente com o certificado de divórcio. Nada do que se orgulhasse, mas se havia aprendido algo em toda sua trajetória de vida foi: O que está feito, está feito.

- Nada dura para sempre. - Lhe dissera Natasha, quando se juntaram para beber após a assinatura do divórcio.

- Felizmente.

- Olha você não parece feliz não, Clint.

Ele suspirou e assistiu, aceitando sua derrota. Definitivamente não estava feliz tal como não estava agora. Quinze anos se haviam passado desde que estivera naquela situação e lá estava de novo preso entre o amor e a responsabilidade, sentado em um banco de bar, dessa vez na mansão dos vingadores, buscando em um copo de Vodka as respostas que apenas ele deveria ter.

- O amor é mesmo uma droga. - Ele reconheceu a voz de Sam Wilson e o mesmo se colocou atrás do balcão.

- Já esteve apaixonado uma vez? - Sam assintiu.

- E não terminou tão bem quanto está sendo com você. A garota era louca! - Ele riu ao se lembrar. - Tinha transtorno de bipolaridade, então uma hora ela poderia ser um anjo e na outra já queria me esfaquear por alguma razão. Mas eu a amava, tanto quanto amava colocar minha vida em risco...

- E então?

- Então numa noite ela acertou o meu tórax. - Ele levantou a camiseta mostrando uma cicatriz de faca. - Quase morri, daí percebi que me amava mais do que amava ela.

- Tenso. - Os dois riram, então quando Clint iria tomar outro copo de Vodka, Sam o tomou antes e virou na boca, sob o olhar incrédulo do amigo.

- Mas quer saber, você ainda não foi esfaqueado, então... Aproveite. Seus filhos são inteligentes o bastante para entender seus motivos, mas precisam ouvi-los de você. Você ainda tem o controle do barco, então não tem porquê se jogar no mar.

Ele ficou em silêncio, ponderou e assintiu, afastando de si a garrafa.

- Obrigado, Sam...

- Não tem de quê?

- Onde aprendeu a fazer isso?

- Eu fiz orientação para pessoas com traumas depois que meu amigo morreu em um acidente com o paraquedas. Dava alguns conselhos para as pessoas. Tipo Coaching...

- Entendi... - Disse mantendo sua atenção nas crianças que brincavam com Natasha na sala. Respirou fundo. O que tinha a perder? - Eu vou retomar o controle.

 Love that fight |  The AvengersWhere stories live. Discover now