conversations, memories and fears

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Duas palavras deram início ao pesadelo que há cerca de quinze anos atrás se iniciara. Bem, ela não iria dizer a si mesma que sofreu horrores após o término. Não iria dizer que todos os copos de cerveja foram por ele, que a vida virara uma completa merda após assinar os papéis. Não seria hipócrita a esse nível.

- Srta. Morse? - Chamou o juíz, parecendo impaciente com sua demora. Bobbi olhou para os papéis e sentiu uma vontade absurda de vomitar. Vontade esta coberta sem muito esforço pelo desejo desesperado de sumir logo dalí. Okay... É só assinar.

Ela apertou a caneta com fúria e rabiscou sua assinatura no papel como se estivesse estrangulando alguém. "Bárbara Morse" Enfim livre, era a tradução literal do certificado de divórcio, mas por que a liberdade doía tanto? Seria engraçado se não fosse trágico, mas há três semanas atrás dissera ao seu agora ex-marido que não queria vê-lo sequer pintado de ouro e ele nada falou se não que o sentimento era recíproco.

- Maldito, hipócrita! - Esbravejou abrindo outra latinha de cerveja, enquanto acelerava o máximo que podia em direção Oeste.

Clint vivia dizendo o quanto seus pouquíssimos anos de casados haviam sido um inferno, o que ela não se daria ao trabalho de negar, afinal poderia carregar a culpa de estar trabalhando o tempo inteiro e quase nunca ter tempo para o marido, poderia culpar o alcoolismo recém superado, o senso de humor incomum, o amor incondicional pelos animais, a forma como criticava rodas as coisas erradas que ele fazia, talvez, mas nada, nada justificaria um pedido de divórcio.

Mas ele chegou. Uma carta do supremo tribunal com um selo, contendo seu nome e o de Clint no interior, então só Deus poderia dizer o quanto o odiou por aquilo. Ela o quis confrontar, como quis, mas não o fez. Sua solução viera da primeira pessoa que passou no corredor ao lado do laboratório na base.

- Você sabia que ele faria isso? - Natasha diria que não ainda que soubesse, mas pela primeira vez ficou perplexa com o fato de que seu melhor amigo não havia contado a respeito. Ela sabia algo, sabia que Barton já não era o mesmo há algum tempo, mas não imaginou que tivesse a ver com seu casamento. - Natasha?

- Não... Eu não sabia. - Ela abraçou a loira que desabou em prantos, com a cabeça apoiada em seu ombro e assim ficou por alguns segundos até que Romanoff finalmente quebrasse o silêncio. - Olha, eu acho, que vocês precisam conversar.

- Não vou conversar com ele. - Disse decidida limpando a lágrima que ainda escorria no rosto. - Não quero viver assim.

- E você está certa, mas...

- Natasha... - Interrompeu, porém não encontrou forças para dizer, respirou fundo, levantou-se e caminhou nervosamente de um lado a outro no quarto, e quando parou olhou para a amiga. - Eu preciso fazer isso. Preciso me afastar do Clint, preciso me afastar de tudo.

💘

A idéia de juntar-se a equipe dos super heróis mais poderosos da Terra viera com convite de Henry Pym, afinal de um jeito ou outro ela tinha a missão de supervisionar a equipe a pedido de Nick Fury, então já era meio caminho andado.

Mas então uma questão passou por sua mente apenas quando já havia assinado os papéis de admissão - sim, eles tinham papéis de admissão, aquilo lá não era uma bagunça, embora parecesse -. Voltando ao assunto, uma questão passou por sua mente apenas quando já havia assinado os papéis de admissão: Barton.

Embora já se encontrassem eventualmente nos corredores da mansão Van Dyne, trocassem insultos e provocações, algo passou a incomodá-la após a conversa que tiveram no corredor quando Clint chegou com a equipe ( The Avengers: United They Stand ), algo que ficou ainda mais evidente quando notou o olhar de Barton sobre si durante a festa na Torre Dos Vingadores em Nova York, quando ele a prendeu contra a parede da cozinha e declarou entre beijos e afins o quanto sentia sua falta.

 Love that fight |  The AvengersDonde viven las historias. Descúbrelo ahora