OLÍVIA POTTER [5]

17 - "Não devo contar mentiras"

— Bom, isso aqui é seu. — Andrew disse a Audrey, estendendo para ela uma pena de pavão. — Eu estava na biblioteca ontem, na mesa atrás de você. A pena é sua, não é? Se não for, tem alguém procurando por ela em algum lugar.

Audrey arregalou os olhos.

— É minha sim. — Ela suspirou de alívio, sorrindo. — Ah, você só queria me devolver uma pena.

— Hum... sim. — Ele disse como se fosse óbvio, confuso. — O que mais seria?

— Ah, nada não, ela anda meio aérea ultimamente, coitada. — Olívia respondeu pela amiga, mantendo o sorriso no rosto. — Obrigada, Andrew, você é um fofo.

— Que nada. — Ele coçou a nuca e acenou para as três antes de sair.

— Pelas barbas de Merlim! — Olívia se virou para as duas assim que ele saiu. — Ele. É. Lindo. Por que você estava se escondendo daquela obra de arte?

— É que ele estava sentado perto de mim ontem. — Audrey riu, vermelha. — Achei que fosse me chamar para sair. Que idiotice, não é?

— Você está fugindo de garotos agora? — Hermione perguntou, desconfiada.

— Basicamente. — A garota balançou a cabeça e foi andando na frente.

— Você ouviu o que eu ouvi? — Olívia olhou para Hermione, fingindo emoção. 

— Antes tarde do que nunca. — A Granger soltou uma lufada de alívio.

Olívia mal viu Harry, Rony ou Josh durante o restante do dia. A aula de Transfiguração mais os deveres passados pela professora e por Grubbly-Plank preencheram todos o seu tempo livre, dedicado a não deixar nenhuma tarefa atrasar. No momento do jantar, era perceptível como todos os alunos do Quinto Ano estavam exaustos.

— Finalmente! — Josh exclamou animado, sentando-se do lado de Audrey e de frente para os quatro. — Hoje foi uma loucura. Passei o almoço na biblioteca fazendo um trabalho de Aritmancia. Aquela Vector é louca. Setenta centímetros de pergaminho. Setenta.

— Os testes de Quadribol do seu time já começaram? — Harry perguntou a ele.

— Na quinta. — Josh respondeu, enchendo seu prato com purê de batatas com um sorriso animado no rosto. — Precisamos de dois batedores, o que é péssimo.

— E nós, de um goleiro. — Harry disse, irritado. — Vou perder por causa da detenção da Umbridge.

— Quem mandou não ouvir sua irmã mais velha, não é? — Olívia jogou as palavras no ar displicentemente, fazendo Harry olhar para ela com uma careta.

Naquela noite, Olívia, Audrey e Rony ficaram até tarde praticando os Feitiços de Desaparição de McGonagall e, exatamente como na noite anterior, Olívia dormiu com a mão direita formigando. Seu grande desafio do dia seguinte foi fazer um desenho decente de tronquilho para outro dever de Trato de Criaturas Mágicas, mas, impaciente, ela desistiu da tarefa e fez um rabisco qualquer, consolando-se no fato reconfortante de que abandonaria Trato de Criaturas Mágicas no ano seguinte, felizmente.

No meio daquela tarde, enquanto seguia seu caminho para a biblioteca mais uma vez naquela semana, Olívia teve a plena certeza de que estava sendo seguida. Não por alguém realmente ameaçador, mas sim por uma primeiranista que passou todo o caminho escondendo-se atrás de pilastras, armaduras e curvas dos corredores. Quando entrou na biblioteca, a garotinha se escondeu atrás de uma das estantes.