Ron queria discutir, saber o que estava acontecendo e o que havia de errado com Ginny, mas se conteve, saberia em breve. Gina sempre ficava acordada antes dele, na verdade, mas ele tinha sido acordado abruptamente ... ele não sabia por quê. Em seu estado de sonho, ele ouviu os gritos de sua mãe e isso o acordou, sem que ele percebesse conscientemente.

Passaram-se quinze minutos antes de Ginny descer as escadas, o café da manhã já estava pronto, mas o silêncio falou muito para Ginny enquanto ela olhava para todos. 

– O que está acontecendo? - Normalmente era muito mais alto aqui, agitado mesmo que fossem apenas os quatro. Todo mundo estava imitando gárgulas, não que ela se importasse muito com o que estava errado. Ela tinha conseguido o que queria; ela logo se casaria com Harry e teria mais dinheiro do que ela jamais sonhou. Ela se estabeleceria em uma mansão luxuosa e convidaria todas as garotas de seu ano para sua casa, deixá-las ver no que ela, Ginevra Weasley, havia se tornado. Ela bancaria a esposa obediente perfeita, esperaria que Harry estragasse tudo e então sairia do casamento, levando a criança e se certificando de que ele não poderia entrar em sua casa. Com metade da fortuna Potter, ela não precisaria de nada na vida, e ela poderia ter todos os homens que quisesse ou desejasse. Então, novamente, uma criança poderia atrapalhar isso, mas ela não iria querer que Harry tivesse. Ele queria uma família, então, para conseguir mais dele do que metade dos cofres, ela precisava ter certeza de que ele estava quebrado e desesperado para ver a criança. Seria o único que ela tinha, ela queria manter sua figura, definitivamente não queria acabar como sua mãe.

– Ginny, querida, por que você não se senta. - disse Molly, colocando um prato de comida ao lado dela, não que fosse ser comido.

Ginny franziu a testa.

– O que há de errado? - Ela ficou cada vez mais preocupada agora, e se seu pai tivesse decidido contra o contrato? Não, Dumbledore teria assinado imediatamente. Eles não tinham muito tempo antes que ele fizesse dezessete anos e assumisse o manto como Lorde Potter, o que significava que Dumbledore não teria mais controle sobre ele, guardião ou dinheiro.

– Sinto muito, Ginny. - disse Arthur baixinho, olhando para a filha com o coração partido.

– Diz-me o que se passa! - exclamou Ginny, os olhos arregalados de medo genuíno. O que poderia fazer seu pai parecer tão arrependido e magoado? Por que ele estava se desculpando com ela? Ela não entendia, mas tinha a sensação de que não ia gostar nada.

– Os Potters devem ter colocado... uma cláusula na Propriedade Potter, que impede os Guardiões Mágicos... de tirar vantagem de alguém sob seus cuidados. - disse Arthur lentamente, para que sua filha pudesse entender.

– Tirando vantagem? - perguntou Ginny, um sentimento de afundamento começou a se manifestar. O contrato era nulo e sem efeito, não era... o que significava que ela teria que tentar cortejar o menino sozinha. Ela não ia desistir agora, não é? Inferno! Ela já havia planejado tudo, exatamente o que ela queria em sua nova casa. Ela não estava desistindo, ela não podia; ela queria aquele dinheiro e Harry era uma escolha fácil. Respirando fundo, ela olhou para o pai se perguntando por que isso o machucaria tanto; ele tinha sido contra o contrato de casamento para começar.

– O que Dumbledore fez? - perguntou Ron, olhando desconfiado agora.

– A cláusula é bastante viciosa no que diz respeito à decisão de como lidar com o perpetrador. - disse Arthur, ignorando ambas as questões por enquanto. Sua esposa tinha um aperto tão forte em sua mão que ele quase quis gritar de agonia.  – Às vezes é uma multa pesada, outras vezes eles exigem a restituição total tomando os cofres e propriedades.

Haunted Jaded Eyes [H.P]Onde histórias criam vida. Descubra agora