Capítulo 20

758 195 28
                                    


**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

Bruno Rodriguez


Melina é tão incrível, tão adorável que até penso que ela é minha filha verdadeira.

— Mas talvez ela seja sua filha verdadeira. — Luan aperta meu ombro. — Tudo o que fez por ela é coisa de pai, melhor dizendo, coisa de alguns pais. Infelizmente a quantidade de pai merda que tem nesse país é enorme, e somos provas disso. Pense que Alberto virou nosso pai porque quis.

— E nem queria filho biológico. — lembro quando Alberto dizia que não queria filhos biológicos, que Luan e eu já estávamos de ótimo tamanho para ele. — Mas ele sempre fez de tudo por nós dois.

— Pois é, cara. Nosso pai, o chefe do cartel que nos criou, fez de tudo por nós dois, e agora, olha só o que você fez por Melina. — agora olho para Luan, desviando a atenção que tinha em Pamela e Melina, que estão conversando. Melina resumindo como foram seus anos, Pamela fala mais do seu trabalho no salão, afinal, é a única coisa boa e normal que aconteceu na sua vida que pode ser falada a uma criança. — E Melina já te aceita como um pai, eu como um tio, veremos se Alberto fará drama se for chamado de avô.

— Ainda não falei com Pamela sobre o assunto. — suspiro. — Mas é vida normal agora, quer dizer, por enquanto, ainda tenho o que resolver o assunto do cartel.

— Se será o sucessor? — balanço a cabeça. — Você queria matar quem matou sua mãe, não matou o assassino, mas deu um castigo perpétuo a ele, encontrou Melina e a devolveu para a mãe, tudo aquilo que você falou que faria antes de voltar ao cartel já foi feito, então...

— Pensarei bastante se aceitarei ser o sucessor ou não, pior que já tivemos essa conversa e eu aceitei.

— Antes da sua vida ser virada de cabeça para baixo, mas não pense nisso agora, Alberto jamais te forçaria a tomar uma decisão nesse momento, pelo contrário, ele deve te dar esse tempo para se familiarizar com Melina.

— E sei que depois Melina vai pedir pelo avô. — respiro fundo. — Ele disse que teria um tratamento e Melina acredita que em breve o verá novamente.

— E sobre ele, qual o diagnóstico você daria, pelo que viu?

Penso um pouco.

— Algo sobre paranoias, psicose. Poderia até citar uma esquizofrenia paranoide. Parece uma paranoia que acontece quando o gatilho é dado. Moisés vai lá e mata sem pensar tanto, realmente creio que o plano articulado dele foi sobre os Bianchi, o resto foi tudo por impulso. Ao mesmo tempo Moisés sabe bem o que faz e parece se orgulhar de algo assim. Mas não apresenta todas as características de um psicopata, isso por causa de Melina. Depressão severa, bipolaridade, algum transtorno de personalidade e ainda tem algo genético. Eu não sei, Luan, realmente não sei.

— Moisés tem mais gente assim na família?

— Pelo que contou, eu acho que a mãe dele foi como Morgana. Uma mulher facilmente manipulável, o pai de Moisés era um cafetão que queria prostituí-lo, o irmão sim eu considerava um insano. — lembro até mesmo do estupro... Zoofilia... Que Pamela não pense muito nesse assunto, afinal, é o pai biológico dela. — Pode ser algo genético. Desde criança Moisés queria matar a família e conseguiu, ao mesmo tempo ele fala que matava sapos para chamar a atenção da sua mãe, um pedido de ajuda que nunca foi escutado. E quando sua vida entrava em risco, ele matava. Quando alguém como ele estava em risco, ele matava o culpado. Então eu acho que é isso.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora