O mercado

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Embora Edmundo tivesse prometido a si mesmo que não sairia de perto de Amirah, a tarefa foi mais difícil do que ele pensava. Além de Láyla, a moça que seguia a imperatriz para todo lado, não deixá-la ficar sozinha com nenhum homem; o rei ainda tinha que lidar com a própria Amirah, que parecia determinada a evitá-lo.

Após alguns dias de calmaria no mar, eles finalmente chegaram às Ilhas, encontrando um pedaço de terra. Amirah acompanhou Lúcia, Caspian, Edmundo, Eustáquio e alguns marinheiros até o lugar, deixando Láyla no navio.

A ilha parecia completamente deserta, sem ninguém para recebê-los ou uma bandeira de Nárnia. Caspian deixou os marinheiros para trás, pedindo que fossem atrás deles se não voltassem ao amanhecer.

-Você está bem? -Lúcia pergunta à Amirah quando elas chegam no centro da cidade.

-Sim -a outra responde, com um leve sorriso, logo ajustando a espada no cinto.

-É, eu acho que não tem nada aqui -Eustáquio comenta, rendendo olhares dos primos e de Caspian e Amirah -Deveríamos voltar.

-Você quer ficar aqui para vigiar, ou sei lá? -Edmundo pergunta.

-Ah, sim. Boa ideia, primo. Muito... lógico -o garoto responde, se aproximando e pegando o punhal que Amirah estende.

Eles quatro entram numa sala, aparentemente vazia, mas com vários sinos pendurados no alto. No centro, um caderno com vários nomes e números escritos, alguns riscados.

-Que nomes são esses? -Lúcia pergunta.

-E por quê estão riscados? -Edmundo completa.

-É um mercado de escravos -Amirah responde. Todos se viram para ela, com uma pergunta silenciosa -Eles tinham vários desses na Calormânia, tive um trabalho imenso pra acabar com esses mercados na primavera passada. Na verdade, ainda estou trabalhando em alguns clandestinos.

Antes que eles possam comentar alguma coisa, homens descem pelos sinos, atacando-os. Eles começam a duelar e conseguem derrubar alguns até, mas ouvem um grito esganiçado. Ao virarem-se, veem Eustáquio sendo segurado por um homem de turbante.

-Se não querem ouvir esse garoto gritando como uma garota, sugiro que abaixem as armas -ele diz, levando todos a largarem as espadas no chão.

-Como uma garota? -Eustáquio pergunta.

-Eustáquio -Edmundo diz, com visível raiva.

-Algemem-nos -o homem ordena e os outros começam a amarrar todos.

-Me soltem -Amirah exclama, se debatendo quando dois homens começam a arrastá-la.

-A imperatriz da Calormânia -o líder comenta, indo para perto dela -Me pergunto o que ela faz tão longe do seu país. Vão pagar bem por ela.

-O quê? -ela engasga e começa a se debater com força, tentando se soltar.

-Me escute, seu idiota insolente, eu sou o seu Rei -Caspian grita.

-Você vai pagar por isso -Edmundo diz, quando socam o seu olho.

-Na verdade, outra pessoa vai. Por todos vocês -um outro cara fala -Mandem as garotas e o garotinho para o mercado. Os dois vão para as masmorras.

Na pressa de tentar se soltar e não conseguir, ela acaba derrubando um dos punhais no chão. Aquele que Ripchip deu-lhe em um dos seus aniversários.

-Meu punhal -ela grita, tentando pegá-lo, mas ele continua caído no chão. Todos começam a ser arrastados para fora dali.

-Edmundo -Lúcia grita.

-Lúcia! Amirah!

-Edmundo! Caspian!

As Crônicas de Nárnia: A princesa calormana [Em Revisão]Where stories live. Discover now