As Crônicas de Nárnia: A princesa calormana [Em Revisão]

A Descoberta

Edmundo e Amirah estão sentados no chão da cabine da rainha com livros espalhados ao seu redor. Ao descobrir o interesse da amada na história da família, ele decidiu ajudá-la, tendo uma desculpa para passar mais tempo ao seu lado e aprender mais sobre a Calormânia. 

Amirah joga o corpo para trás, suspirando pesadamente ao largar um livro no chão. Edmundo ri, recebendo como resposta uma careta dela.

-Descobriu alguma coisa? -ele indaga, olhando-a com curiosidade.

-Nada muito importante. Apenas longas linhas genealógicas da minha família -ela pega o livro e estende para Edmundo -Olhe o meu irmão. Ele era bem mais velho que eu, sete anos. Não consigo imaginar como foi perdê-lo.

-Você diz para os seus pais? 

-Minha mãe morreu com o meu irmão em um ataque da oposição alguns anos depois que eu fui para Nárnia. Ele era pequeno ainda, mas foi um tempo de luto para a Calormânia -ela suspira, gesticulando ao falar -Meu pai morreu há cinco anos, mas foi de uma doença desconhecida. Aí os lordes governaram até descobrirem que eu estava viva e em condições de assumir o trono. Mas eles obviamente nunca confiaram em mim para fazer tudo sozinha -a jovem revira os olhos, causando uma careta em Edmundo.

-Por que não? Quer dizer, Caspian me deu alguns livros e eu li que você fez coisas incríveis nos últimos anos.

-Eu sou uma mulher, Edmundo -ela responde, dando de ombros -Eu fiquei fora a vida toda e aí do nada voltei para governar um império inteiro aos 15 anos. Eles não confiavam nem na minha mãe, que veio da realeza da Arquelândia e esteve no trono durante décadas, imagine na adolescente.

-Bom, eu acho que você é uma ótima imperatriz -Edmundo comenta, pegando a sua mão e afagando-a.

-Eu aprecio muito isso, Ed -Amirah diz, apertando a sua mão -Mas você é meu melhor amigo.

-E isso significa que minha opinião não tem valor? -ele retruca, fingindo estar irritado.

-Não -a jovem fala, soltando uma risada -Não é isso. É só que os lordes pensam de modo diferente que você. Até alguns aqui em Nárnia. Drinian obedece Caspian cegamente, mas ele é hesitante em relação a mim.

-Bom, ele é um tonto, então -Edmundo replica, dando de ombros. Ela sorri e os dois ficam se encarando, a faísca de volta, pronta para atrai-los novamente.

-Como estão Pedro e Susana? -Amirah pergunta antes que se afogue nos olhos de Edmundo.

-Nos Estados Unidos -ao ver a sua careta de confusão, ele acrescenta -É um país do nosso mundo. Quer dizer, Susana está lá, aparentemente com um pretendente. Pedro está com Diggory, estudando alguma coisa no chalé dele.

-Diggory é aquele cara do armário que trouxe vocês à Nárnia? 

-Ele mesmo. Mas o armário estava na antiga casa dele, cheia de artefatos históricos importantes. Eu quebrei um vidro uma vez -ele comenta, arrancando uma bela risada de Amirah -Mas agora ele se mudou para o chalé. Acho que é mais confortável. 

-Como é a sua casa? -ela indaga, levantando-se para sentar ao seu lado.

-Bom, não muito grande... -ele responde, pensativo -Tem três quartos, uma cozinha grande, para cabermos todos... duas salas, uma de estar e outra de jantar e um abrigo no jardim.

-Abrigo? Para quê? 

-Ajuda a nos proteger das bombas dos alemães na guerra -ele explica, tentando lembrar de casa -Mas não é muito fundo. Por isso nós fomos para a casa de Diggory, lá é mais seguro. 

-Vocês estão na casa de Eustáquio agora, não?

-Infelizmente -ele revira os olhos -Lúcia é sortuda, tem o próprio quarto. Agora eu... tenho que ficar com ele.