Empresário • jikook

07. Taehyung, o Chicken Little

— Gratidão em te ter aqui, Gookie! Não aguentava mais ter que ouvir sozinho a dor de cotovelo do Nam — Hoseok riu, abrindo espaço para que Jungkook entrasse em sua casa e fechando a porta.

Jungkook estava muito, muito feliz, sentindo-se inundar com a segurança que só aquele ambiente familiar poderia lhe trazer. Amava o jeito que Hoseok tinha os cabelos castanhos claros e ondulados presos desleixadamente em um arco, como sempre fazia em casa. Até mesmo as roupas largas e de tons terrosos dava uma certa tranquilidade, assim como o jeito que o amigo escorregava com as meias cinzas pelo chão de tablado clarinho de seu lar.

Sinceramente, não sabia se o apartamento passava uma sensação tão boa porque tinha muitas memórias confortáveis que criara com os amigos lá ou se era por causa dos rolês espirituais nos quais Hoseok acreditava. Sabia que tudo lá era posicionado de acordo com o Feng Shui e que os cristais pelo espaço eram mais de proteção do que decoração. Talvez, independente da questão espiritual relacionada, a forma que o apartamento do Hoseok era composto por cores claras, janelas grandes e objetos sem rótulos acalmava por não ter a poluição visual tão característica de todos os lugares que frequentava.

Assim que tirou os chinelos e os apoiou com cuidado na sapateira, Jungkook correu até Namjoon, sentando no colo do amigo e dando um abraço apertado. Namjoon riu, abraçando Jungkook de volta.

— Gookie... Espero que tenha consciência sobre possuir uma massa considerável e estar prestes a me sufocar. — Essa era a forma que tinha de falar que Jungkook era pesado. — Saudações!

— Ai, ai... Um saco de músculos desses deve ser pesado mesmo. — Hoseok brincou, indo até a cozinha para pegar uma xícara de chá para Jungkook, sabendo que era o favorito do mais novo entre eles. Estava preocupado com o garoto, afinal, mesmo que agisse de forma normal havia um certo desespero e saudade em suas ações que deixava-no preocupado. Mas também sabia que, apesar da personalidade extrovertida, Jungkook era extremamente fechado. Restava apoiá-lo nos pequenos gestos.

— Chatinhos — Jungkook riu, mas saiu do colo do Namjoon e sentou-se no sofá na frente dele. Não sabia muito bem de onde tinha pegado aquela mania de sentar no colo de todo mundo, mas... Bem, talvez só tivesse que lidar com isso mesmo. — Que dor de cotovelo é essa, Nam?

O jovem CEO admirou satisfeito o jeito que Namjoon usava sua blusa social por baixo de um colete quentinho, como sempre. O mundo voltou a fazer sentido, porque tudo parecia em seu lugar, como se nunca tivesse sido bagunçado e assustado Jungkook.

— Começa com Hye — Hoseok sussurrou de forma provocativa, entregando a xícara de chá para Jungkook enquanto sentava ao lado dele — e termina com Jin.

— Termina com Jin... — Jungkook fingiu pensar, bebericando feliz e acolhido seu chá de hortelã, aproveitando o cheirinho fresco. — É o Seokjin?!

Hoseok desatou a rir com Jungkook fingindo-se de sonso, mesmo que não fosse tão engraçado assim. Tudo ao lado do publicitário parecia mil vezes mais engraçado só porque ele era bobo. Namjoon revirou os olhos, mas seu sorrisinho discreto indicava que tinha achado graça também.

— Ai, ai, vamo ver... Tem o cabelo mais comprido do que o do Jin, longo. E, como ela mesma diz, é uma grande gostosa.

— Seria... A Ahn Hyejin? — Jungkook perguntou, tampando a boca aberta com uma das mãos, fingindo espanto.

— Ela mesma... Um galanteador sem fim esse nosso Nam, não é? — Hoseok continuou segredando, os dois fingindo que Namjoon não estava ali ouvindo tudo.

— Arrependo-me profundamente desde o primeiro milésimo de segundo que passou-se ao ter confessado-lhe tal interesse em Hyejin — murmurou chateado Namjoon enquanto ajeitava seus óculos. Querendo fugir do olhar cheio de malícia dos amigos para cima de si, manobrou sua cadeira e foi pegar mais chá na cozinha para tomar também, mesmo que sua xícara ainda estivesse cheia.