9 - scenary

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O sol desaparecia naquela quase noite de domingo, dando uma bela vista da lua atrás de Jimin e Jungkook, que se encontravam abraçados no topo daquela roda gigante.

Mesmo após Jimin o soltar, Jeon ainda continuava em choque. Não esperava essa reação vinda dele.

Para disfarçar aquele clima constrangedor que pairou sobre o ar, Jimin pegou um pedaço daquele algodão-doce, comendo por trás de sua máscara, assim como Jungkook havia lhe mostrado.

— Tem razão, dá pra comer. O que é isso? É bom. — continuou comendo enquanto ficavam em silêncio olhando para a lua que se elevava aos poucos, se tornando visível a seus olhos e trazendo mais luz para aquele lugar.

— Jimin... — falou quebrando aquele silêncio. — Você não deveria estar naquele hospital, não é? — olhou para seus olhos, e ele afirmou. — Então por que está lá? Por que não pode sair?

Ele suspirou, desviando seu olhar para Jungkook, observando seu rosto se iluminar pela luz do luar.

— É a minha tia, ela me colocou lá. Na verdade, aconteceram algumas coisas antes de eu vir parar aqui. Nós meio que tivemos uma briga, das grandes. Ela acredita que não sou capacitado de viver em sociedade.

— Posso ser sincero com você? Sua tia é uma grande filha da puta. Desculpa a ofensa.

— Tá tudo bem. — falou rindo. — Eu também não gosto dela.

— Espero que não se incomode. Mas, não acho que você tem uma doença tão séria ao ponto de precisar viver trancado em um hospital. Estou certo?

— Acredito que não, mas é a minha palavra contra a dela, e a minha não importa muito, ou melhor, nem um pouco. — deu de ombros. — De alguma forma, a diretora também acha que é melhor se eu ficar lá, e o que ela pensa é o que conta.

— Bom, ela gosta de você, então ela deve saber. — olhou para seus pés enquanto balançavam pelo movimento do brinquedo que completava mais uma volta. — Ainda assim — levantou seu olhar, sem se render. —, se se você está tão desesperado para sair de lá...

— Eu não tenho outra opção a não ser fugir. — o interrompeu.

— Sendo assim, por que não roubou o carro do Hoseok e foi embora? Tenho quase certeza que só aquele carro pagaria sua vida inteira.

— E viver o resto da minha vida fugindo? — apoiou seus braços na barra de ferro a sua frente e colocou sua cabeça sobre eles. — Uma hora ela me encontraria de novo, e então eu perderia a pouca liberdade que tenho.

— Se sua tia te odeia, não seria melhor para ela se você fosse embora?

— Eu também não sei ao certo. Minha teoria é que ela prefere me manter por perto. Sabe aquele ditado? "Mantenha seus amigos perto de você e seus inimigos mais ainda"? É como isso. — Jungkook passou a mão sobre seus cabelos curtos, olhando para cima indignado. — Então enquanto ela puder me manipular — continuou. —, fará de tudo para me prender ao lado dela.

— E Seokjin? Ele não pode te ajudar?

— Ele não percebe isso tudo. Acho que não entende quem a mãe dele é de verdade, ou prefere fingir que não vê. Afinal de contas, ainda é a mãe dele.

Por um segundo, o silêncio pairou no ar. Jimin olhou em sua volta e percebeu que estava em uma cabine fechada com Jungkook: o enfermeiro novato que conheceu a algumas semanas, e já conversavam como se fossem amigos. Estavam tão próximos a ponto de seus ombros se tocarem, mas isso não o incomodou, pelo contrário, se sentia confortável ao seu lado.

Enquanto as luzes do parque iam se acendendo, ajudando a lua a encher o lugar de luz, a roda-gigante parava aos poucos. O loiro admirou o cenário a sua volta, olhou para Jungkook, que comia o último pedaço do algodão-doce, deu um sorriso de leve — sabendo que ele não poderia o ver — e pensou que aquele dia havia sido um dia bom, um dia feliz.

YOUR MASK - jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora