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{ Camila Pov }

Tentei fazer a melhor cara de surpresa ao ver que Lauren me olhava com um ponto de interrogação bem estampando em sua face.

—Você novamente?–Fingi estar surpresa.—Estou achando muitas coincidências para tão pouco tempo.

— Não penso muito diferente de você, srta...—Ela pensou.— Nunes.–Completou. Ela estava séria.—Sente-se.

Me apontou uma cadeira que ficava a sua frente, me sentei.

— Quando seu nome e sobrenome foi citado, eu achei ele muito de origem brasileira.–Diz Lauren com os olhos verdes atentos em cada movimento meu. Sua voz em espanhol ficava tão atraente, imagina como deve ficar em portu... você está aqui a trabalho, Camila. Ok, hora de parar.

—Na verdade eu...–Abri a pasta para ver meu currículo e falar as coisas de acordo com ele. Mas eu tinha ensaiado quando estava no caminho, li e reli varias vezes.—... Na verdade, meu pai é brasileiro e minha mãe é tailandesa! Vamos dizer que arrisco um português, eu também sou tailandesa. Me parece que você conhece um pouco de origem, quando se trata de nomes.

A realidade é que sou latina mas acabei me acostumando com a cultura brasileira e seu idioma, por isso é tão chato falar em espanhol.

—Sim, vamos dizer que sou enterada de tudo um pouco.–É tão sensual a combinação de sua voz rouca com o sotaque. Ela ainda falava Em espanhol. Não parecia se surpreender por meu pai ser brasileiro. Por quê ela não fala em português comigo? Por quê ela não me diz que é brasileira? Pensa em uma linguagem que me irrita é o espanhol. —Vamos ao que interessa. Se veio aqui é porque está em busca de uma vaga de voluntária. Em que você poderia nos ajudar aqui, Srta. Nunes?

Esse sobrenome não combina nada comigo, imagino ela falando: "—Srta. Cabello..." Com essa voz maravilhosa, ficaria perfeito a pronuncia de meu nome. Meu Deus, Camila! Foco mulher!

— Han, eu..–limpei a garganta, Assumindo uma postura séria.— Eu gosto de ajudar as pessoas, posso fornecer minhas agilidades para sua escola.

— Esclareça, por favor.–Pediu interessada, se empinando na cadeira. Uniu as mãos apoiando seu queixo.

—Eu sou professora de artes marciais.–Digo simples, estendendo meu currículo para ela que pegou, olhando as informações. —Eu poderia dar aula a eles.

— Eu não sei. Não gosto de nada que envolva agressão física.– me entregou o currículo de volta, sem interesse algum.

—Não se trata de agressão e sim de defesa pessoal, quem nunca quis aprender jiu-jitsu para uma defesa pessoal?– Perguntei insistente, Ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.

—Eu me dou como exemplo.

—Eu nunca faria apologia a violência, Srta. Jauregui.

Ela se encostou na cadeira giratória, me analisando. Estava pensativa, acho que cogitando a ideia de me aceitar.

Seu peito estufou, Soltando o ar.

Me encarou.

—Certo, você me convenceu. Então, eu prefiro que você converse com eles hoje. A sala para quem você vai dar aula tá entre onze e dezesseis anos, eles são apenas adolescentes, Srta. Nunes. Então se você está assumindo essa responsabilidade agarre ela com unhas e dentes. Por favor, que eu não tenha que me arrepender dessa decisão.

— Não irá!– asseguro, dando um sorriso que obviamente não foi correspondido por ela.

— Minha secretária Alexandra, vai te mostrar a escola.–Lauren falou, começando a mexer em seu computador.—É só isso por agora, tenha um bom dia, srta. Nunes.

Agente FBI - Camren Where stories live. Discover now