6. ARMADILHA DOURADA

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Entrei no meu quarto, tranquei a porta, tirei a roupa, deitei na cama e coloquei toda a energia efervescente em mim para fora. Precisava fazer aqui e agora enquanto ainda sentia o seu suor em meu corpo, enquanto o seu cheiro radiava tesão em mim. Queria muito desabrochar durante o tempo que sentia o gosto do seu beijo e a pressão das mordidas no pescoço.

Fui até o fim, sozinho, imaginando ele por cima de mim. Pensando se estaria fazendo o mesmo. Suei, gemi, vibrei. A boca seca, o corpo em brasa. Aconteceu, nos beijamos, provei a maçã proibida e fomos expulsos do paraíso.

Era quase meia noite, estava deitado tentando assistir minha série preferida, tentando tirar o cheiro de sua pele e o toque de seus lábios da mente. Mas, com toda certeza, estava sendo impossível fazer isso.

O celular vibrou. Olhei e era uma mensagem de um número desconhecido.

[carregando foto]

Porra! É uma nudes dele, seguido da mensagem em letras garrafais:

QUERO VOCÊ AGORA!

Fodeu! E agora? O que vou fazer???

Sentei em um pulo quando meus olhos viram aquela pintura surrealista e suculenta. As mãos tremeram desejando sentir o contato com ele. Pare de pensar besteira! Mas eu quero tanto... Pare!

Consegui o tão desejado beijo da projeção divina materializada em um corpo desenhado em tatuagens. Preciso respirar fundo e me manter sobre controle. Por mais que a foto seja hipnotizante e o convite tentador, preciso ser forte e não cair em tentação. Não me refiro a pecado, minha culpa não tem ligação religiosa é algo moral mesmo. Não quero ser responsável por chifrar alguém. Não quero ser vilão ou conivente com isso.

Certeza que ele está apenas brincando comigo, pois deve estar aborrecido com a namorada ou coisa do tipo. Aí achou que eu seria alvo fácil, ainda mais depois de dar em cima dele na festa e ter me babado todo quando o vi pleno na piscina. Para a maioria dos meus amigos, ficar com alguém compromissado não seria problema algum. No entanto, eu não sou assim e não preciso fazer a mesma coisa que as outras pessoas fazem apenas porque elas fazem. Esse não sou eu, não sou assim.

Imagino até a reação deles quando eu contar que fugi do abate: 'você foi besta', 'idiota da porra' e blá, blá, blá. Não estou nem aí, só quero deitar com minha cabeça leve e flutuar em sonhos sem o peso da culpa.

Ele é um deuso, fato mais que comprovado, mas não vou cair na armadinha dourada da sedução dessa cobra. Não vou mentir, fiquei muito tempo olhando a nudes dele e pensando nas várias posições que poderíamos ter realizado como se ele fosse o próprio autor do Kama Sutra. Fui forte, não sei como resisti à tentação.

Queria ter mandado alguma mensagem, mas não saberia o que dizer. Sem falar que ele poderia acabar me convencendo se mandasse algum áudio com aquela voz grave cortante. Tirei forças de não sei onde e desliguei o celular para não receber mais nada dele e fui dormir. Já é tarde, amanhã tenho que ir para o trabalho e deixar essa fantasia de lado.

Acordei atrasado, ter desligado o celular deu nisso. Fiz tudo correndo e tropeçando, mas sempre com um sorriso frouxo. No metrô, a caminho do trabalho, liguei o celular para avisar a chefinha e vi que ele tinha mandado outra mensagem na madrugada 'me deixou no vácuo. 1 a 0 para você'. Pensei em responder, mas acho melhor deixar para lá e seguir a minha vida.

O dia não foi muito produtivo, feito assombração as cenas dos nossos beijos ficavam rondando minha mente. Bebi xícaras de café tentando tirar o efeito desse encantamento, mas não resolvia. Estava agoniado, sem saber o que fazer daqui em diante.

JEANS AZUL | conto gay, hot e molhadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora