06. Yoonji, a atenta

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— Será que depois de eu ser demitido ele topa transar comigo? — Jimin preferiu fugir do assunto, porque sentia que ia ser dolorido demais se pensasse nas consequências negativas de todas suas ações. — Só queria que ele me comesse... Se ele elogiou a calcinha quer dizer que tá tudo certo.

Taehyung encarou Jimin demoradamente, sem responder. Não conseguia concordar com ele, mas sinceramente não sabia se tinha mais coisas a falar. Ou se agregaria algo a Jimin caso falasse. Por fim, só voltou a comer o cereal, percebendo meio tristonho que os flocos já estavam murchos de tanto tempo embebidos em leite.

Ao notar que Taehyung não lhe ajudaria a tecer sua própria ilusão, Jimin suspirou e encheu uma xícara aleatória do apartamento com o café que o ruivo já havia preparado, refletindo se aquilo ajudaria a ficar com algum rastro de disposição apesar de ter dormido muito mal. Sem nada em específico atraindo sua atenção já que fazia o seu máximo em evitar a questão da sextape, seu olhar pousou nas roupas estranhamente convencionais do amigo.

— Vai pra onde? — arriscou-se a perguntar.

— Visitar um asilo — Taehyung respondeu no automático antes de perceber que mesmo depois de tantos anos morando juntos, Jimin ainda não tinha percebido que ele sempre fazia visitas ou participava de projetos de caridade aos finais de semana.

— Credo, deve ter cheiro de velho... — Jimin torceu o nariz só de pensar. Devia ser triste demais ficar velho, velho tem que tomar remédio até pro pau subir...

— Tem cheiro normal... — Taehyung retrucou, frustrado. — Enfim, depois disso vou colar num gabinete de assistência social porque tenho que resolver um rolê lá do trampo. Acho que meus pacientes estão precisando de ajuda psicológica e isso o plano não cobre. A maioria é meio fodida de grana, né, aí tô caçando alguém que atenda mais barato ou faça consultas sociais.

— Hm... — Jimin refletiu enquanto bebericava o café. — Boa sorte, duvido que alguém trabalhe de graça desse jeito, credo.

Taehyung resmungou qualquer coisa só para não deixar Jimin sem resposta e levou sua louça até a pia, a lavando rapidamente pra sair de casa logo e não ter que pensar demais sobre aquilo. Queria acreditar que nem todo mundo era como Jimin, que realmente achava absurda a ideia de trabalhar sem receber nada em troca, mas sabia, com um certo pesar, que a maioria das pessoas era e não queria abaixar a cabeça pra essa realidade.

— Té mais, bro! Boa sorte você com a demissão — despediu-se rapidamente antes de bater a porta atrás de si, deixando Jimin sozinho para que pensasse o quanto sua imaginação permitisse Jungkook lhe comendo de quatro como "punição" pela sua demissão.

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Se Park Jimin achava que tinha dormido mal, é porque não viu a situação de Jeon Jungkook. O CEO, mesmo com seus horários de sono certinhos e meditação em dia, simplesmente não conseguiu pregar os olhos. Afinal, sempre que os fechava a cena do trainee de calcinha fio dental rosa em cima de sua mesa aparecia novamente para atazanar-lhe e, o pior, as consequências daquilo.

Será que deveria falar sobre aquilo para Seokjin, diretor de RH? Talvez o homem experiente soubesse a forma certa de lidar com um caso daqueles, mas só o pensamento de ter que explicar o que aconteceu para o amigo deixava-o completamente sem chão porque era tão, tão vergonhoso.

E a parte mais vergonhosa daquilo tudo era seu desempenho como principal referência de Jimin dentro da empresa... Se fosse uma boa liderança para Jimin, o trainee com certeza não teria feito aquilo. Será que foi um problema de comunicação? Provavelmente, a maioria dos desafios internos na UP2U eram ligados à falta de comunicação, tipo aquela vez que... Deus, Jungkook não gostava nem de lembrar. Mais de um ano havia passado-se e às vezes ainda sentia uma angústia crescer no peito com as memórias daquela época.

Empresário • jikookWhere stories live. Discover now