Capítulo 27 (pov Flynn)

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Pov Flynn

     Ao chegar em casa noto que meu pai estava de plantão no hospital e minha mãe já estava dormindo, então subo as escadas em silêncio e me tranco em meu quarto.

Após tomar banho e colocar algumas coisas em ordem, me deito e checo minhas redes sociais, como de costume. Dou um pulo de felicidade quando vejo uma dm que havia recebido no Instagram, a moça que tinha falado comigo no show na praia, me convidou para conhecer o local onde participarei da exposição de arte amanhã, o evento em si será daqui a quinze dias, mas eu sinto como se fosse muito pouco tempo para me preparar, selecionar minhas melhores obras ou até mesmo criar algo novo e impressionante. Nos últimos dias foquei toda minha atenção no Halloween e tinha me esquecido completamente da exposição, agora preciso ser mais responsável e dar o meu melhor.

Tenho esperanças de que vou conseguir vender alguns quadros e quem sabe que algum bilionário admirador da arte se encante com algum dos meus trabalhos e após um lance absurdamente alto no leilão da galeria eu finalmente vou ter alguns trabalhos e poder viver da minha arte, deixarei de depender dos pais e então eles não vão mais mandar em mim, por mais que esses pensamentos me cause um sentimento de profunda tristeza.

Após confirmar minha presença envio uma mensagem para Reggie, nós estávamos conversando sobre isso quando ele me trouxe até o portão de casa e eu precisava compartilhar minha felicidade com alguém, já que gritar à plenos pulmões estava totalmente fora de cogitação.

Ficamos conversando por um tempo e eu o convido para ir comigo, pedi folga para Susie, mas Julie e Willie irão trabalhar do mesmo jeito, meus pais não podem saber de jeito nenhum e eu não quero ir sozinha, vai que tudo isso é um esquema de uma máfia que quer me levar para a Turquia para fazer parte do tráfico internacional de mulheres, afinal nunca se sabe né.

Acabo rindo com meu pensamento bobo, não é como se adiantasse muita coisa levar Reggie comigo, o que ele poderia fazer? Cantar uma música da Sunset Curve para animar os sequestradores? É capaz de levarem ele também, com aqueles olhos azuis, cabelos negros e bochechas vermelhas, ele se torna charmoso ao mesmo tempo que é fofo e adorável. Balanço minha cabeça e encaro o teto do meu quarto que tinha diversas estrelas brilhantes coladas, nem me lembro de quantos anos eu tinha quando pedi muito para que meu pai comprasse aqueles adesivos, só tenho uma vaga lembrança de que foi muito divertido colar todas elas lá em cima.

Começo a devanear sobre minha vida, penso em meus amigos, tanto os antigos quanto os novos e no meu tão temido futuro. Tudo virou um caos total quando entrei no ensino médio, tive algumas decepções amorosas, momentos incríveis com Julie e sua família, um piquenique na praia bem hippie com os pais de Willie, lembro das discussões com meus pais sobre qual faculdade ir, qual curso pré-vestibular de medicina escolher e inúmeras brigas bobas com a Carrie, não me lembro o porquê de passarmos a nos odiar tanto, nós erámos todos amigos até que ela simplesmente começou a ser a metida, irritante e insuportável que é hoje. Tento parar de pensar nessas coisas e dormir, estava com a sensação de que o dia de amanhã será épico.

Acordo cedo na quarta-feira e me arrumo para a aula. Faço o mínimo possível de barulho, pois meu pai havia acabado de chegar para dormir. Tomo o típico café da manhã silencioso com a minha mãe e ela se despede indo trabalhar.

Termino de fazer minha maquiagem e saio de casa para encontrar Jules, já que Willie tinha dormido no loft e iria nos encontrar no colégio.

- Bom dia. – Eu sorrio animada para minha melhor amiga que devolve o cumprimento com um sorriso gigante. – Tenho novidades, hoje você vai ter que me cobrir no trabalho porque fui convidada para visitar a galeria de arte em que vou expor daqui a quatorze dias, dezessete horas e doze minutos. – Olho para meu relógio.

No Regrets | Juke (JATP)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora