Capítulo 20

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- Ué Julie, eles viraram fantasmas mesmo? – Meu irmão diz zoando.

- Tá com medo é? – Eu arqueio a sobrancelha. – Juro que eles estavam aqui – Eu digo e abro a porta do meu quarto onde encontro Alex analisando minha escrivaninha, Reggie jogado em minha cama e Luke em cima de um banquinho olhando fixamente para minha caixa de pensamentos.

- Mas gente, o que vocês estão fazendo aqui? – Eu pergunto confusa.

- Desculpa, esses dois são muito curiosos. – Alex diz dando de ombros.

- Sua cama é tão confortável. – Reggie comenta enquanto passa as mãos pelos lençóis e eu noto Luke lhe encarando.

- Ei Julie, o que tem na caixinha? – Ele aponta e eu reviro os olhos.

- Nada de mais, não mexe nisso! – Digo expulsando Reggie da minha cama.

- É a sua mãe? – Alex diz apontando para o quadro na escrivaninha.

- Sim, essa é minha foto favorita. – Digo encarando a fotografia que meu pai tinha tirado de nós duas quando eu devia ter um pouco mais de cinco anos.

- Ei Julie, o que tem na caixinha? – Luke pergunta novamente.

- Mas gente, eu já falei pra você deixar isso quieto. – Eu repito.

- Eu sei, mas você não devia te dito nada porque agora eu tô curioso. – Ele insiste. – O que tem na caixinha Julie? – Ele me olha angustiado.

- Nada demais, é só a minha caixinha de pensamentos, eu sempre escrevo o que tô pensando ou sentindo em um papel e guardo aí. – Dou de ombros.

- Pensamentos é? – Ele me olha rapidamente antes de voltar seu olhar para a caixinha. – Com pensamentos você quer dizer letras? – Ele era realmente muito insistente.

- É, poderiam ser letras se eu tivesse continuado a escrever igual fazia com a minha mãe... – Suspiro. – Ela achava divertido. – Eu explico. – Agora, o que vocês estão fazendo aqui? – Eu pergunto.

- Nós estávamos procurando a cozinha. – Luke desce do banquinho e deita em minha cama com o rosto apoiado na palma da mão. – Inclusive onde fica a cozinha mesmo? – Ele diz inocentemente.

- Você não tem jeito mesmo né. – Eu me abaixo um pouco ficando na altura de seus olhos. – É o seguinte, meu pai não chegou ainda então a gente pode ficar aqui, mas depois vamos para o estúdio para não atrapalhar o trabalho dele. – Eu digo e me sento na ponta da cama. – Agora pode falando Carlos, a gente precisa te ouvir para escrever algo.

Passamos muito tempo tentando fazer algo que agradasse Carlos, aquele garoto não gostava de nada.

- Vamos fazer uma música country. – Reggie repete pela milésima vez.

- Ninguém quer ouvir uma música que fale "meu lar é onde meu cavalo está", Reginald. – Luke amassa outra folha de papel e joga na direção do baixista.

- Garoto, eu desisto, canta um cover ou sei lá. – Eu digo cansada.

- Qual é Julie, porque você não faz nada legal pra mim? Usa alguma coisa da sua caixinha ou sei lá. – Carlos cruza os braços chateado.

- E por acaso você esqueceu que recusou tudo que eu escrevi dizendo que era fofinho demais pra você? – Eu reviro os olhos.

- Ei Carlos, eu tive uma ideia. – Luke diz chamando a atenção de todo mundo. – Talvez a caixinha da Julie possa ajudar, se eu der uma olhada pode ser que eu fique inspirado. – Ele diz com um sorriso travesso.

No Regrets | Juke (JATP)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora