CAPÍTULO 16

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— Claro que eu ajudo, o que houve? — Arthur pergunta já preocupado.
— É a Liz, ela sumiu, ninguém sabe onde ela está, a Nina saiu pra procurar ela com a Mariana, e até agora nada...
— Calma, a gente vai encontrar ela, ela não pode ter ido muito longe — diz Arthur tentando acalmar Clarice.
— Se acontecer alguma coisa com ela eu nunca vou perdoar, e as pessoas vão me achar uma incompetente, e isso vai arruinar a minha reputação aqui.
— A gente vai sair agora mesmo pra procurar a Liz, e vai acabar tudo bem, eu tenho certeza. E isso o que aconteceu não é sua culpa, você não estava aqui, alguém deve ter deixado o portão aberto ou algo parecido.
— As vezes eu fico  impressionada com o seu otimismo.
— Eu só tento ver as coisas por outro ângulo.
— Eu vou sair pra procurar ela, você vem comigo?
— Claro.
— Você vai sair? — perguntou Aurora voltando com algumas folhas, tintas e várias canetinhas coloridas.
— Eu preciso resolver um probleminha, mas quando eu voltar a gente termina o que íamos fazer, tudo bem assim?
— Tudo, mas o que foi que aconteceu?
— É a Liz, ninguém sabe onde ela está — disse Clarice — e estamos preocupados com ela.
— Vocês estão procurando ela? Eu quero ajudar, ela é minha amiga — diz Aurora.
— Eu não acho uma boa ideia, prefiro que fique aqui com os outros — diz Clarice.
— Por favor — pediu Aurora.
— Eu cuido dela, vou ficar de olho pra ela não se afastar de nós — disse Arthur.
— Tudo bem, mas nem pense em se distanciar de nós, não queremos mais problemas, estamos entendidas?
— Estamos — respondeu Aurora.
— Ótimo, então vamos.

  Já estava quase anoitecendo, e ninguém havia encontrado nenhum sinal da Liz, mas Arthur ainda continuava andando pelas ruas com os outros procurando por a menina:

— Algum sinal dela? — perguntou Clarice ao encontrar com Arthur em uma rua próxima ao orfanato.
— Infelizmente não — lamentou ele.
— Acho que vou pegar meu carro e ir pra uma rua mais distante.
— A Mariana e a Nina disseram que também não viram nada.
— O que eu vou fazer se não encontramos ela? — fala Clarice colocando as mãos na cabeça.
— A cidade é grande, ainda falta algumas ruas pra verificarmos.
— Já está anoitecendo, vai ficar mais difícil de encontrar ela agora — falou Clarice.
— Ainda falta a praça, ninguém passou por lá — diz Aurora.
— Ela tem razão, devíamos ir lá — fala Arthur.
— Vão andando vocês dois, eu vou pegar meu carro pra procurar ela caso ela não esteja lá.
— Tudo bem — diz Arthur.

  Arthur e Aurora foram até a praça a procura de Liz, eles já tinham ido em muitos lugares, perguntado as pessoas se eles tinham visto alguma garotinha ruiva com mais ou menos um metro e vinte de altura passando na rua, mas ninguém viu nada. Depois de alguns minutos de caminhada eles já estavam se aproximando da praça quando Arthur viu uma menina mais ou menos da idade da Aurora sentada em um dos bancos da praça:

— Você acha que aquela menina pode ser a Liz? — ele pergunta pra Aurora.
— Ela é bem parecida com a Liz, por que não vai até lá pra ter certeza?
— Eu vou. Fica aqui enquanto eu vou lá falar com ela — pediu Arthur.
— Tudo bem — ele anda alguns metros até onde a menina está.
— Liz, é você mesmo? O que está fazendo aqui sozinha?
— O que você veio fazer aqui? — ela perguntou emburrada.
— Tá todo mundo desesperado te procurando, por que você saiu do orfanato sem avisar?
— Não tem ninguém preocupado comigo, você que está mentindo pra mim.
— Por que eu ia mentir pra você? Eu não tenho motivos pra isso.
— Não tem ninguém me procurando, porque ninguém se importa comigo.
— Isso não é verdade, a Clarice tá desesperada procurando por você, a Mariana e a Nina também estão te procurando, até a Aurora veio comigo, ela ficou muito preocupada com você quando soube o que aconteceu.
— E onde ela está?
— Ali, olha — ele aponta pra Aurora.
— É que eu só queria que as pessoas gostassem mais de mim — ela diz triste.
— Mais as pessoas te amam, Liz. Não há motivos pra duvidar disso. A Clarice ama muito vocês, e ela se esforça muito pra cuidar de vocês. Vocês são todos uma família, as pessoas do orfanato são a sua família, e elas amam você.
— Eu também amo eles, mas eu queria muito ter uma família, igual as que as crianças da minha escola têm.
— Você vai ter uma família, e eles vão amar muito você, porque você é uma garotinha muito especial — ela sorri — sabia que eu também fui adotado?
— Verdade?
— Verdade.
— E a sua mãe gosta de você de verdade?
— Muito, e eu também gosto muito da minha mãe.
— Que legal, queria ter uma mãe assim também — diz ela já mais animada.
— E você vai ter, só precisa ter um pouco de paciência. Agora vamos voltar pra sua casa?
— Vamos — ela fica de pé e segura na mão de Arthur.
— Agora só vou mandar uma mensagem pra Clarice avisando que você está bem — ele pega o celular no bolso da calça — minha nossa!
— O que foi?
— Várias chamadas perdidas da minha mãe, ela vai ficar uma fera comigo, eu disse que voltaria pra casa cedo hoje — disse Arthur preocupado.
— Liz! — disse Aurora abraçando ela — que bom que você está bem.
— Obrigada por me procurar junto com o Arthur — falou Liz.
— A Clarice disse que já está chegando pra buscar a gente — informou Arthur — então vamos esperar aqui.
— Tudo bem — disseram as meninas.

Convivendo com o amorWhere stories live. Discover now