CAPÍTULO 14

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— Eu acho que você está enganada — diz ele.
— Quem é você então?
— Eu sou o Arthur — Suzi arregala os olhos.
— Ah, eu me enganei, estava confundindo você com outra pessoa, é que eu acabei de me mudar pra cá, não pra cá no orfanato, quis dizer pra cá me referindo a cidade.
— Eu entendi — ele ri — o que faz aqui então?
— A Clarice me convidou.
— Ah tá, vocês são amigas?
— Sim, muito amigas.
— Que legal, eu vou entrar agora, até mais — diz Arthur.
— Tá, eu só vou comprar umas coisinhas e já volto pra cá.
— Ok — ele entra.

  Arthur ver Clarice conversando com Mariana:

— Boa tarde pessoal — diz ele.
— Boa tarde, Arthur — fala Mariana — Clarice, eu volto já.
— Tudo bem. Que surpresa boa, achei que você só viria na terça pra cá — fala Clarice.
— Quis fazer uma visita pras crianças, eu até comprei um presente pra Aurora — ele mostra o presente pra Clarice.
— Nossa, é muito bonito.
— Eu vi esse livro e lembrei dela, ela disse que gostava de princesas — ele sorri.
— É verdade.
— Ah, eu encontrei com uma mulher na porta do orfanato, ela disse que é muito sua amiga.
— Acho que era a Suzi, é a cara dela falar essas coisas.
— Eu pensei em uma coisa, mas não sei se você vai gostar da ideia — começa Arthur.
— Que tipo de coisa?
— Algo que pode trazer benefícios ao Dream Home.
— Continue — pediu Clarice.
— Eu pensei em convidar uma pessoa pra vir aqui no orfanato fazer uma palestra, pra incentivar as crianças, eu sei que aqui têm crianças bem pequenas mas também têm outras mais velhas. O que acha?
— Parece uma boa ideia, quem você iria convidar?
— Um professor do Montessorini, o Miguel Nielsdatter, você deve conhecer ele — Clarice engoliu em seco.
— Sim, eu conheço. Mais acho que ele não aceitaria, ele deve ser bem ocupado.
— Não custa nada perguntar.
— Não sabia que ele era seu professor — diz Clarice.
— É, e ele é um ótimo profissional, eu acho ele bem legal, interativo e animado. Alguns dos meus colegas dizem que eu pareço muito com ele, o cabelo e olhos principalmente — fala Arthur.
— Eu não acho esse comentário muito plausível. Há contradições — ela sorri.
— Foi o que eu pensei — Suzi volta.
— E aí galera, voltei — diz Suzi animada.
— Olá. Conseguiu o que queria?
— Sim, nessa cidade tem de tudo.
— Arthur, essa é a Suzi, minha amiga.
— Muito prazer — ele a comprimenta.
— A Clarice fala muito bem de você.
— Que bom então — ele sorri — eu vou entregar o presente pra Aurora, vou deixar vocês conversando — ele sai.
— Meu Deus! Clarice, esse garoto tá a cara do Miguel, impressionante — sussurrou Suzi.
— Nem tanto, você está exagerando.
— Não estou nada.
— Sei.
— Ele parece ser um garoto bem especial, agora entendo quando você falava que ele era incrível.
— Acredita que ele comprou um presente pra Aurora? Eu nunca vi ninguém daqui trazendo presente para as  crianças — fala Clarice ainda impressionada.
— Acredito.
— Ele é tão diferente dos outros, tão autêntico, tão ele mesmo — diz Clarice — como eu fui burra Suzi, como eu tive coragem de abandonar ele? Eu nunca deveria ter feito isso.
— Clarice, isso ficou no passado. As coisas são diferentes agora, e você não é mais a mesma.
— Por mais que eu não seja mais aquela pessoa, eu sempre vou me lembrar de quem ela foi um dia.
— Não fica assim amiga — Suzi a abraça.

  Enquanto isso Arthur e Aurora conversavam lá fora:

— Eu amei o livro que você me deu, eu vou guardar ele muito bem — ela o abraça.
— Você pode ler com suas amigas também, quando vocês chegarem da escola.
— Sim, acho que pode ser divertido.
— Eu tenho alguns livros em casa que eu já li, bom, não são nesse estilo mas é bem legal. Se você quiser eu posso trazer pra você — diz Arthur sorrindo.
— Tudo bem, eu também gosto de ler revistas em quadrinhos — comentou Aurora.
— Eu também, acho elas ótimas.
— Vejo que estão se divertindo — diz Clarice ao ver os dois no parque.
— Estamos sim! — diz Aurora — eu até ganhei um presente.
— Eu soube disso.
— A Suzi já foi embora? — perguntou Arthur.
— Sim, tinha que resolver algumas coisas.
— Até que eu gostei dela — ele ri.
— Ela é bem legal mesmo — Clarice sorri.
— Podemos brincar no balanço? — Aurora pergunta.
— Nós três? — fala Clarice.
— É — ela responde.
— E que tal na gangorra? Assim ficamos em um brinquedo só — sugeriu Arthur.
— Pode ser — diz Aurora toda feliz.

Convivendo com o amorWhere stories live. Discover now