Capítulo 10

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Fiquei ali, com o rosto completamente sujo daquele bolo gordurento explodido causando-me tal susto, enquanto o garoto catarrento apontava seu indicador para mim e ria, igualmente um garotinho o qual teria ganhado seu tão sonhado videogame. Se fosse meses atrás, teria eu gritado ou até mesmo chamado a polícia, imprensa e tudo que me seja direito, porém, confesso ter sido divertido a surpresa de aniversário ao estilo Minhyuk, ao ponto que acabei gargalhando junto sem deixar de lascar o restante do bolo nele, melando seu rosto assim como seu uniforme.

— Mereci, confesso.

Disse ele olhando sua roupa, dando de ombros em seguida ao passar o indicador pelo rosto e levar a boca, provando do bolo.

— Eca! Você não tem educação mesmo, garoto. — Sentei na mesa que fica por ali, vendo ele revirar os olhos e fazer careta imitando a mim. — Eu não falo assim!

— Eu não falo assim! — Riu, pegando algo na mochila e jogando pra mim em seguida, era um paninho. — Mas é o que costumo escutar, na maioria das vezes, chatinha.

— Você é ridículo.

— Ah, deixa de ser fresca. Enfim… Hoje terá um jantar ridículo o qual meu pai está me obrigando a ir, e como pra todos somos um casal, sua presença é indispensável. — Com tédio nas palavras, dizia ele observando minha reação.

— Tanto faz, não tenho nada pra fazer mesmo.

— Beleza, então passo na sua casa às oito.

Concordei com a cabeça, vendo Minhyuk limpar o que se podia antes de ir embora deixando a mim sozinha, pensando no que vestir, não entendendo porquê eu estaria nervosa e apreensiva de ir com ele nesse jantar, afinal, é apenas o insuportável do Minhyuk. Mas, resolvi deixar isso um pouco de lado apressando de voltar para os corredores do colégio, pois logo iria iniciar a prova de física.

Surgindo na porta da sala toda atenção se voltou para mim, não pelo fato de ainda estar um pouquinho coberta pelo bolo, e sim o assunto da festa.

Minhyuk sentado no seu mesmo lugar de sempre deitado de bruços na mesa, não tinha noção da minha figura, estava no seu mundo dormindo como costuma fazer em todas as aulas, mas como hoje seria prova, o professor fez questão de bater com a régua na mesa dele despertando o rapaz que ao invés de se irritar, sorria sapeca nem um pouco intimidado.

— Não queira ficar sem fazer essa prova, Minhyuk. — Apertou o professor, passando em mesa por mesa distribuindo o envelope com a prova, parou na minha e sorriu diabólico para mim.

— Algum problema ? — Questionei.

— Nem pense em colar, mocinha.

Como se eu precisasse, minhas notas ruins apenas são um disfarce para que ninguém me coloque ao nível dos nerd derrotados, colégio é tipo uma hierarquia onde ter as piores notas não causa tanta importância se você é popular, agora ter boas notas te coloca na classificação dos humilhados por serem inteligentes. Porém, após o professor me subestimar acreditando que eu cometa erros por ser uma garota burra que se preocupa apenas com moda, resolvi então hoje me dar uma folga e gabaritar a prova.

— E, quem daria cola pra essa patricinha, professor ? — Escutei de Wonho vinda do fundo da sala, tentei não dar importância disfarçando com a minha melhor expressão, sarcástica.

— Eu daria, mas eu não ligo pra essa prova.

Respondeu Minhyuk, pela segunda vez ao dia me defendendo de Wonho, seguido saiu da sala sem ao menos olhar pra trás não fazendo questão da prova.

(...)

Na hora do intervalo, parada no centro da cantina eu observava atenciosamente o local, todas as mesas ocupadas por seu determinadas grupos baseado na pirâmide de popularidade, e nessa eu me enquadro nos sem grupos, mas a mais odiada. Portanto, refiz o caminho e com minha bandeja em mãos, acabei lanchando dentro de uma das cabines do banheiro, o fracasso do sucesso descendo mais e mais o nível, só falta meu vício por revistinha em quadrinhos, eu usar óculos e minha obsessão por magreza ser revelada, daí sim tudo vai a merda.

Badboyfriend | Imagine Minhyuk | Monsta XOnde as histórias ganham vida. Descobre agora