três;

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Todos ficamos em silêncio, tentando absorver o que tinha acabado de acontecer. Aquele definitivamente estava sendo um dia completamente estranho, e nenhum de nós sabia o que estava fazendo realmente.

Jaeden levantou lentamente, tentando não olhar diretamente pro policial morto aos seus pés.

─ O que você fez? - Jaeden gritou, indo até Finn.

─ Um "obrigado, Finn" seria legal. - Finn respondeu, ironicamente.

─ Você acabou de atirar em um policial!

─ Ele ia te morder, e além disso não era um policial. - Finn fez uma pausa e então continuou. ─ Pelo menos não em seu estado normal.

Finn tirou algo do bolso, era um celular. Parecia velho e a tela estava rachada em algumas partes.

─ Eu achei isso. - Ele disse ligando o aparelho e indo até a galeria do mesmo.

Procurou por um tempo e então deu play em um dos vídeos. Nele, algum outro policial da cidade começou gravando sua mesa de trabalho. Parecia ser seu primeiro dia e ele estava realmente animado. Depois disso um chamado ocorreu, alguém em um bairro próximo disse ter sido atacado por uma pessoa que estava aparentemente com "raiva". Foi como foi descrito. O homem ligou pra polícia avisando que um senhor de idade no meio da rua teria corrido atrás dele e mordido seu braço enquanto ele passeava com seu cachorro.

Nos entreolhamos, engolindo em seco e observamos o homem ali no chão, que momentos antes tivera um comportamento parecido.

O vídeo então é cortado para o mesmo policial dentro da viatura agora sozinho.
"Aquele homem que ligou para gente mais cedo... e-e-le parece ter contraído a mesma doença do cara que o mordeu". O vídeo corta mais uma vez e então tem um policial, estranhamente pálido batendo na janela do carro sem parar. Novamente o dono do celular está na delegacia. Ele está assustado, segurando uma arma em uma de suas mãos trêmulas.
"Eu não sei o que está acontecendo aqui, alguns de nós estão transformados, eles..." Um tiro ecoa pelo ar.
"Se alguém encontrar isso NÃO se deixe ser mordido. Fique longe dessas coisas e-" O celular cai no chão e então alguns gritos junto de tiros são ouvidos.

Jaeden e Finn se encaram.

─ Obrigado. - Jaeden murmura.

─ Isso não pode ser real. - Jack fala de repente, olhando em volta. ─ Eu preciso ir pra casa, ver como minha família está.

─ Péssima idéia. - Finn interrompe. ─ Vocês não viram o vídeo? Os policiais foram mordidos e agora são uma dessas coisas, e não sabemos quantas mais devem ter lá fora. Não podemos ficar sozinhos.

─ Qual seu plano então? - Jaeden pergunta. ─ Nos trancarmos aqui pra sempre ?

─ Jaeden tem razão. - Eu falo. ─ Não podemos ficar aqui. Temos que encontrar nossas famílias.

Finn respira fundo.
─ Tudo bem, vamos todos juntos até a casa de cada um de nós. Se suas famílias estiveram lá, ótimo. Se não, vamos continuar juntos.

Todos concordamos.

─ E mais uma coisa. - Finn diz indo até um dos corredores e voltando com uma mala. ─ Vão ter que usar isso. - Ele tira de dentro da mochila algumas armas e larga em nossas mãos.

─ Você enlouqueceu? - Jack fala. ─ Eu não sei usar isso.

─ Travada. - Finn disse travando a arma. ─ Destravada. Mire. - Ele disse apontando a arma para porta. ─ E atire.

─ Onde aprendeu a fazer isso ? - Perguntei tentando imitar os movimentos de Finn.

Ele deu de ombros e caminhou em direção a saída.

Apocalypse Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt