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     Eu estou a dois dias na casa do Oliver sem absolutamente nada para fazer a não ser jogar videogame

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Eu estou a dois dias na casa do Oliver sem absolutamente nada para fazer a não ser jogar videogame. A algum tempo não sei o que é ser um adolescente de verdade, agora eu estou descobrindo como é a vida. Josephine está "cuidando" do meu caso, ela sempre vem aqui me trazer comida nos horários certos e também está me forçando a tomar remédio para desinchar o meu olho. Está bem melhor, eu já me sinto melhor em comparação ao meu estado no dia em que cheguei aqui. Eu fui obrigado a conversar com o treinador por celular quando ele ficou sabendo que eu pretendia dar a minha vaga de quarterback para o Gabe. Ele me xingou um pouco no começo, mas logo começou a falar coisas que nunca escutei nem mesmo dos meus pais e conseguiu me convencer a ficar. O meu estômago está melhor, já não sinto mais aquela dor absurda do dia que levei o murro do meu pai. Céus, nunca senti nada comparado a aquilo! O fato de eu estar vomitando sangue toda hora estava me deixando preocupado, mas os remédios que Josephine escolheu foram bons para a minha melhora. Eu pretendo sair hoje à noite, quero ir dar uma voltinha na casa ou pelo menos ir até o parque que tem na frente da casa deles. Eu não aguento ficar tanto tempo sem fazer absolutamente nada! Por mais que eu esteja jogando videogame, isso não basta para a minha distração. O meu tipo de distração é outro e geralmente vem com dois buracos para que eu me divirta bastante durante a distração.

- Jantar - Josephine anuncia ao entrar no quarto com uma bandeja preta, a mesma que ela usou ontem e pelas últimas vinte e quatro horas, para me trazer comida. Eu pauso o jogo e esfrego uma palma da mão na outra quando percebo que é pão recheado e uma pratada de macarrão com molho branco. Eu amo massa, ainda mais quando se é uma massa bem gorda como essa e cheia de recheio. Meu pai não me permite comer essas tranqueiras quando eu estou em casa, eu estou aproveitando o máximo que posso os dias que vou ficar aqui. Confesso que não sou muito fã de molho branco, mas qualquer coisa que aparece na minha frente quando estou com fome é lucro. Pego a bandeja da mão dela, coloco-a sobre as pernas e pego imediatamente o garfo.

Ela deve me achar um tosco. Eu tenho certeza que ela me acha estranho já que toda vez que a comida chega eu ajo feito um criminoso que não come a comida da mãe a anos. A comida que ela prepara, ou a mãe dela, não sei, é extremamente saborosa. É perfeita a qualidade, tanto que eu poderia me arriscar a dizer que é muito melhor do que a comida de restaurantes caríssimos que já frequentei na vida. Enrolo o spaghetti no garfo e me delicio no sabor estonteante. Ela está parada ao lado da cama, sorrindo de uma maneira suspeita. Eu conheço bem esse sorriso, é o sorriso tímido que as mulheres sempre mostram quando querem perguntar, ou falar, alguma coisa e estão com vergonha. Dou uma pausa no macarrão e limpo a boca com o paninho antes de lhe dar uma chance de perguntar ou falar seja lá o que queira.

- Pode falar.

Eu tenho quase certeza de que ela vai perguntar o por que de eu comer tão rápido e, em seguida, vai perguntar se eu passava fome na minha casa ou se meu pai me forçava a ficar sem comer. A segunda opção é a que mais faz sentido para mim. Meu pai geralmente não me deixa passar dos limites, então as cozinheiras de casa preparam tudo sob a mesma medida do prato dele e do meu, assim eu não como a mais do que ele e mantenho a minha dieta. Ele diz que um verdadeiro Ledger não pode se render a obesidade. Eu sempre comi pra caralho e nunca fiquei acima da estimativa para a minha altura! Eu tenho oitenta quilos e tenho um metro e noventa e três. Eu estou dentro da média, acredito. Mas ainda sim meu pai me impede de comer todo o tempo e sempre deixa os armários de casa trancados com chaves que só os funcionários, minha mãe e ele tem acesso. Nem mesmo Mia pode exagerar nas guloseimas, e olhe que a minha irmã tem cinquenta quilos com um metro e sessenta e três.

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