Capítulo 23 - Aceitação

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As reflexões de Harumi foram interrompidas quando ela parou em frente à sua casa. Seu peito se aqueceu ao visualizar os traços da sua casa de infância. Ela estava quatro semanas longe de casa. 30 dias longe de sua família.

Harumi colocou as pontas dos dedos contra a maçaneta do portão, ativando o selo e destravou as proteções da casa. Ela retirou as sandálias na porta e, quando a fechou atrás de si, ativou novamente os selos.

Respirou fundo, sentiu o perfume das flores que a casa exalava. Sua avó cultivava um jardim nos fundos da casa, por isso, era característico sentir o cheiro de suas flores.

Harumi não se incomodou em ligar as luzes, apenas seguiu sem fazer barulho para o segundo andar da casa. Ao girar a maçaneta do seu quarto, a porta do lado se abriu, e a figura sonolenta do seu pai apareceu a encarando.

— Tadaima Otousan... — ela disse baixinho.

Os olhos de Raiden se arregalaram, antes de suavizar em amor e carinho. Trajando uma calça de flanela e uma camisa velha, o homem saiu do próprio quarto e diminuiu a distância que o separava de sua única filha. Ele a abraçou com força, esmagando seu pequeno corpo.

— Okarie Hime! — disse Raiden. — Senti sua falta.

— Eu também senti. É bom estar em casa — ela disse enquanto retribuía o gesto carinhoso.

Raiden acariciou os cabelos castanhos.

— Eu ouvi sobre o envolvimento do seu time contra sequestradores das crianças — ele disse. — Sério, Haru-chan... porque o perigo lhe persegue? Você lutou contra jounin...

— Eles eram fracos, e Kurenai estava lá para nos instruir e proteger — ela disse. Harumi não tinha certeza até que ponto seu pai sabia, mas certamente não queria falar das mortes com ele.

Raiden suspirou fundo e quebrou o abraço. Com as mãos apoiadas nos ombros da sua filha, encarou-a.

— Eu ouvi de Maito por horas sobre a façanha da minha filhota. O homem parece bem orgulhoso.

— Gai-sensei sempre exagera — Harumi disse, as bochechas levemente coradas.

— Eu estou orgulhoso de você. Não só ajudou o time, como garantiu a proteção de todos — Raiden disse. — Estranhamente recebi até mesmo convite de Hiashi-sama para tomar uma bebida.

Harumi arregalou os olhos.

— Céus, esse homem é estranho — ela disse com uma risada.

— Não me diga! Mas como foi a outra missão? Algo sobre auxiliar o time 5 no País das Ondas?

Harumi suspirou, e contou um breve resumo da missão ao seu pai, deixando de lado sobre as mortes e o medo nos olhos de Aiko quando a encarava.

— Fora duas missões bem difíceis. Estou orgulhosa que se saiu bem. Agora, vá tomar banho e durma, mas diga boa noite à sua avó antes — Raiden disse, enquanto dava um empurrão leve na sua filha, em direção ao quarto.

— Hai! Até mais tarde... eu quero panquecas de Kimchi — ela disse, antes de entrar em seu quarto. Sim! Era bom estar em casa.

-oÕo-

Decidindo lidar logo com sua 'consulta' ao conselheiro ou psicólogo, Harumi se dirigiu para o endereço no pedaço de papel. Ela queria resolver isso antes de encontrar com Sasuke e Naruto para treinar.

Quando ela chegou em frente ao local, hesitou. Conferiu o papel e a placa, para garantir estar no endereço correto, e depois entrou. O ar da loja estava levemente úmido e o vapor de água rodeava as flores. Atrás do balcão estava uma garota de cabelos loiros que tinha um olhar meio sonolento e meio irritado.

A garota do time 7 - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora