Capítulo 6

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Sonhos
O que são sonhos afinal?
Todos sabemos o que são, mas você já se perguntou o que exatamente eles são ou o porque os temos?
Para a ciência, os sonhos São experiências de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Para Freud, os sonhos noturnos são gerados, na busca pela realização de um desejo reprimido.
...
A pouca claridade que entrava pela cortina entre aberta não mudou em nada o estado da garota, essa que estava coberta até o pescoço com um de seus pijamas mais cavados.
Eu sei o que deve estar pensando, se você está com tanto frio porque não coloca uma roupa mais quente? Bom a explicação era simples, ela não estava com frio nem calor, pelo contrário, o clima estava perfeito para ter tido uma ótima noite de sono.
Mas ela não conseguiu tirar nem um cochilo a noite inteira. Não por falta de tentativas, ela estava exausta, física e mentalmente. Mas simplesmente não conseguia pegar no sono.
O motivo? Sonhos. Medo de ter que enfrentar os mesmos pesadelos de sempre, e apesar de serem sempre os mesmos e já tê-los decorado. Continuavam a fazê-la perder o sono, acordar desesperada por ar, suada e tremendo. Mas não eram apenas esses que a assombravam, também tinha medo de sonhar com algo bom, uma realidade que a fizesse bem, e quando acordar e se der conta de onde ela está e a vida que leva, trazerem-na a pior sensação de decepção que poderia experimentar.
Finalmente depois de muito tempo ela desistiu, ficou apenas encarando a bagunça de suas roupas jogadas na cama idêntica a que estava na sua frente. Se a dona a visse a agora a chamaria de criança medrosa, e vários outros nomes que não precisam ser mencionados, depois deitaria  com ela enquanto fazia carícias até que ela pegasse no sono.
Não aguentando mais olhar para o mesmo lugar, afundou a cara no travesseiro. Sentiu um cheiro gostoso que sempre a lembrava da mãe, ela nunca esqueceria esse cheiro. Agora se era apenas sua mente lhe pregando uma peça ou finalmente a tentativa infantil de espirrar seu perfume no objeto finalmente tinha surtido efeito, nunca saberemos.
Bip-Bip-Bip
O som irritante do despertador soou a lembrando que esse seria seu primeiro dia em uma escola nova. Não que fosse uma iniciativa dela, muito pelo contrário, preferia continuar na escola pública precária perto do bairro não muito seguro devido as gangues que ali se instalaram. Mas Batman não a deu outra escolha a não ser se juntar ao resto da equipe na Academia Gotham.
Eles combinaram de se encontrar em um café perto do colégio. Ela deveria estar lá em 30 minutos, tempo para ela que não fazia muita coisa para se arrumar.
Tomou um banho, colocou seu uniforme (ridiculamente curto na opinião dela, quer dizer, as escolas não deviam os encorajar a usar saias na altura do joelho em quais quer ocasiões?!), escovou os dentes, prendeu seu cabelo no típico rabo de cavalo e pegou suas coisas.
Se olhou no espelho por um momento, a saia curta com cintura alta marcava bem o belo corpo da jovem. Cintura fina, coxas e quadris na medida certa em relação ao busto mediano, muitos diriam que era a típica garota popular dos dramas adolescentes. O casaco que ia até onde a saia acabava dava a ela um aspecto fofo, junto ao grande cabelo loiro e traços orientais. Nada disso fazia respeito a pessoa em questão, mas sua expressão já dizia por si mesma que aquela não era uma garota fácil de se lidar, com sorte isso seria o bastante para manter idiotas cheios de hormônios longe dela.
Saiu da frente de seu reflexo e caminhou entre a bagunça que estava aquele apartamento que um dia já foi habitado por pessoas que ela acredita valerem a pena se forçar a não desistir e jogar tudo pro ar. Trancou a porta e seguiu seu caminho em direção ao café.
A caminhada pode ser chamada de calma, quer dizer, não na cabeça da jovem. Ela estava exausta, mas sua mente não parava de imaginar mil e um cenários onde aquele dia poderia se tornar o pior dia da sua vida ou apenas mais um dia normal.
Chegando ao seu destino não se surpreendeu em ser a última a chegar, foi recebida com um abraço caloroso da marciana, ela gostava desses abraços, a faziam se sentir querida, porém não era acostumada a isso e ainda demoraria muito tempo para a loira aprender que ela pode sim ser amada, ou quem sabe não tanto tempo assim.
Os outros estavam em uma mesa na área aberta do estabelecimento, chegando lá se sentou no lugar vago, entre Wally e Dick.
Comprimentos todos com um simples bom dia, e esperou eles fazerem seus pedidos e comerem para irem juntos para a academia. O garçom chegou e todos fizeram seus pedidos.
—Você não vai comer nada Ártemis?– a ruiva perguntou sem se importar em esconder a sua preocupação.
—Não estou com fome obrigada Megan– a loira se enganou ao achar que a conversa iria parar aí.
—Eu aposto que a última vez que você comeu foi conosco ontem, estou certo?- só pelo olhar de indignação da garota o menino prodígio já tinha sua resposta.
—Eu não quero comer!–ela realmente não está em um de seus melhores humores.
A equipe sossegou um pouco depois disso, mas não iriam ver a loira se alto sabotar e ficarem calados, o líder já planejava ter uma daquelas conversar em que a loira o chamava de careta e outras coisas mas no final falava mais por cima o que está acontecendo.
Depois de alguns minutos todos terminaram e foram para o caixa pagar, enquanto esperavam o ruivo pagar no lado de fora da cafeteria tiveram uma conversa um tanto quanto desnecessária na visão da loira.
Mas ela não comentou nada, não era culpa deles ela não ter animação alguma para o primeiro dia de aula, ao invés disso ela apenas concordava com qualquer coisa que eles diziam.
—Meu Deus isso vai ser incrível estou indo com meus melhores amigos para a melhor escola de Gotham e ainda vou, fazer novas amizades, aprender coisas novas e ainda vou fazer os testes para líder de torcida junto da minha melhor amiga!!– a loira não entendeu nada ao ouvir isso da ruiva que dava pulinhos de animação.
—O que??
—Você concordou quando eu perguntei se você também iria participar dos testes! Você vai, não é?– a maneira como a ruiva pareceu decepcionada apertou o coração da nossa arqueira.
Mesmo tentando sempre parecer durona, e ter um gênio forte, ainda sim é uma pessoa mais sensível do que ela gostaria de admitir. Apesar de lá no fundo ela saber que ser forte não é se manter de pé, mas sim levantar depois de cair. Uma parte dela, a parte paranoica dela, a fez esconder tudo o que sente, muito disso veio dos traumas de sua infância.
Ela não sabia como dizer para a ruiva que ela não queria, então ela não disse.
—Que horas vai ser?
—Ebaa!!! Depois da sexta aula, seria uma das atividades extra curriculares obrigatórias, você já tinha alguma coisa em mente?
—Eu pretendia dormir na biblioteca nesse horário, ou qualquer outra coisa! Mas fazer o que não é?!
Assim que ela terminou de falar sentiu dois braços a rodearem seu ombro, a sua esquerda e direita estavam Wally e Dick respectivamente.
—Aqui, pra você loira! Se não tomar eu vou jogar em você!
—A gente te conhece, sabemos que você quer!
Eles lhe ofereciam um copo, com o que ela acreditava ser seu café preferido.
—É o que eu estou pensando?
Era impossível não notar os olhos brilhantes da menor.
— Baunilha Latte!
O ruivo sussurrou no seu ouvido, como se estivesse tentando-a com algum pecado, e ela como uma ótima pecadora tomou um gole demorado fazendo uma careta de satisfação no final.
A caminhada inteira até o colégio os dois mantiveram os braços em torno da jovem. Ela não estava desconfortável, estava até gostando.
Sua entrada na academia pode ser considerada cômica, a maioria das pessoas no local olhou para eles, como nos filmes. Não podemos julgar, não é comum um grupo de seis amigos entrarem juntos, principalmente quando apenas um dele estudava no colégio antes. E ninguém poderia negar, todos tinham uma beleza invejável!

Por trás da máscaraWhere stories live. Discover now