A Vida é Dura Pra Quem é Any || Adaptação Noany

027

ANY

[Parte 1]

Assim que cheguei em casa, me joguei na cama e arranquei o vestido da Sei-Lá-Quem Incanti. Era um vestido caro e era de Sina... e também era muito desconfortável. Tirei-o de uma vez e peguei minhas coisas para um banho, decidida a estar pronta quando Noah chegasse.

Vi a mensagem dele avisando que ia demorar um pouco mais e resolvi lavar meus cabelos também. Assim que voltei para o quarto e liguei o secador, ouvi alguém bater na porta.

- Pode entrar! - gritei, já de pijama, com os cabelos por todos os lados. Era Sjna, parecendo bem chateada - hey! - disse, desligando o secador - como você tá, salva-vidas? Salvando outras vidas por aí ou de boa com o seu namorado?

- Any... - começou Sina, caminhando até minha cama - eu briguei feio com os meus pais. - Parei de sorrir ao perceber que ela realmente estava chateada. - Eles ficaram me perguntando por que eu não tinha aparecido na festa de hoje e eu acabei falando pra eles tudo o que eu queria falar...

- E o que você queria falar? - perguntei, segurando a mão dela.

- Que eu odeio essa vida de ficar fazendo pose pra quem a gente não gosta! - Os olhos de Sina estavam mareados. - Eu não suporto a idéia de ter que fazer sala pra gente rica que não tá nem aí pra mim. - Ela respirou fundo. - Olha pra você! Você é extremamente livre dessa relação tóxica que meus pais tem com os pais do Noah e com um monte de outros casais. Ter que esconder o meu relacionamento com o Bailey me deixa nervosa e insegura porque eu sinto a necessidade de ficar mostrando o que eu tenho pra todo mundo. Pra mim, isso é vital para ser feliz. Mas eu não nasci assim! Me ensinaram isso! - disse ela, começando a chorar - e agora eu sofro por causa dessa merda...

- Sina... - Eu abracei-a, sem saber muito o que dizer. - Se te faz mal, você precisa de um plano pra parar. Eu sei que hábitos são difíceis de serem quebrados, mas só uma mudança faz a gente melhorar. É um processo... não precisa se sentir culpada por não saber por onde começar.

- Eu sei, mas pra mudar eu preciso me afastar dos meus pais e eu não posso me afastar. Eles me apoiam financeiramente. Eu não tô trabalhando. Eu só estudo e namoro o Bailey. Não posso simplesmente dizer que quero espaço.

- Espaço seria bom e arrumar um trabalho seria uma grande mudança... bancar suas coisas seria algo que te transformaria.

- Mas eu não sei trabalhar! - reclamou ela, chorando - que merda! No que eu vou trabalhar? Eu não me formei ainda!

- Se você quiser ajuda pra arrumar um emprego, eu te ajudo. A gente faz o seu currículo juntas e envia por aí. Com certeza você tem muita coisa boa pra acrescentar... muitos talentos, muitas línguas que aprendeu...

- É... - disse ela, secando o nariz na manga do moletom preto - verdade. Tem umas coisas que eu sei fazer.

- Então! - falei, vendo Noah aparecer na porta do quarto - olha, amanhã mesmo a gente começa a procurar um emprego pra você. Algo que você vai amar!

Ela sorriu para mim, vendo Noah e se levantando para sair. Sina me deu um beijo no rosto e deu um abraço em Noah, chorando um pouco com ele antes de finalmente sair. 

Noah olhou confuso para mim, sentando ao meu lado na cama.

- Por que ela tava chorando? - perguntou, muito perplexo.

- Contei pra ela que você é péssimo jogador de rugby e basquete - falei, vendo-o rir imediatamente - chorou de dó.

- É tênis e golfe, boboca - corrigiu ele, me jogado na cama e pulando em cima de mim - você tá presa por zombar de algo tão sério como a minha falta de habilidade em esportes - disse, segurando meus braços na cama - infelizmente você vai ter que pagar se quer ser solta...