A Vida é Dura Pra Quem é Any || Adaptação Noany

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ANY

Eu e Noah tínhamos uma lista de coisas para fazer antes da nossa viagem para o casamento de Joalin e Lucas. Passamos primeiro na loja de doces para comprar nossa bala favorita e depois criamos uma playlist para a viagem. Noah se ofereceu para dirigir o caminho todo enquanto eu cuidava dos meus problemas da faculdade pelo celular. O clima já estava bem frio, então eu estava com o meu travesseiro e minha coberta no banco do carona, enquanto Noah usava uma calça preta de moletom e um casaco azul que deixava ele o cara mais lindo do universo. É sério! Eu procurei no Google e achei a foto dele.

Eu precisava me matricular nas matérias do semestre seguinte enquanto calculava quantos créditos eu queria fazer. Como estava ajudando a instituição e agora também usava minhas mídias sociais para conversar as fãs de Noah que gostavam de mim, meu tempo para os estudos e a faculdade estavam limitados assim como quando eu trabalhava no Chikas Lokas.

- Tenho que escolher uma eletiva - falei, com uma mão no celular e outra dentro da sacola de balas - vou ler os títulos e você me diz qual acha mais interessante.

- Manda - respondeu ele, com uma mão no volante e a outra na minha perna, embaixo da coberta.

- Ok... - Passei os olhos sobre as matérias eletivas, achando todas hilárias. - Tem um curso chamado "A Alegria do Lixo", outro sobre sexo alienígena, outro sobre...

- Sexo alienígena - disse ele, rapidamente - já escolhi. Nem preciso ouvir as outras.

- Não me deu nem tempo de dizer que tem um sobre o último CD do Coldplay - falei, vendo-o olhar para mim com o canto dos olhos e dar um leve sorriso.

Deitei a cabeça no banco, observado Noah por alguns segundos. Eu mal podia acreditar que estava voltando para a minha cidade com Noah Urrea. Aquele tinha sido o ano mais louco da minha vida e eu mal podia acreditar que tinha saído correndo de casa para não morrer de tristeza e agora estava voltando no momento mais feliz da minha vida.

- Ei, Noah... - chamei, vendo-o olhar rapidamente para mim e depois voltar a focar na estrada, passando a mão na minha perna para mostrar que estava ouvindo - lembra quando a gente se conheceu? Você me perguntou qual tinha sido a coisa mais louca que eu já tinha feito na minha vida - falei, lembrando que eu não tinha nada para contar. Ele riu, parecendo lembrar do que eu estava falando - agora eu já tenho uma experiência muito louca pra contar.

- Claro... o que aconteceu entre você e a Sina foi a coisa mais bizarra que eu já vi.

- Sina? Não, eu não ia dizer que foi a Sina. Ia contar do almoço dos seus pai e dos mil talheres que eu não sabia usar - brinquei, sabendo que nada na minha vida ia se comparar ao que eu tinha passado com Sina - só pra você saber, lá em casa a gente só usa colher.

- Prefiro assim - disse ele, pegando o celular e dando uma rápida olhada na mensagem que tinha acabado de chegar - Lamar vai postar hoje o anúncio sobre o próximo baixista. Aposto que até o fim do ano a gente encontra alguém - anunciou, colocando o telefone entre nós dois e voltando a pegar em minha perna.

Eu e Noah fizemos a viagem em menos de cinco horas, conversando sem parar durante todo o caminho. Era como se tivéssemos assunto infinito, como se aquele ano nos tivesse dado material para uma vida inteira de conversas.

Quando chegamos na casa dos meus pais, que era uma casa grande em uma rua sem saída, Noah parou o carro dele ao lado do carro velho que eu usava quando ainda estava na minha cidade. Meu Deus, como era surreal ter Noah ali. Meu coração parecia que ia saltar do peito.

Minha mãe saiu de casa assim que nos ouviu estacionar, correndo para o lado de fora usando o avental rosa e sujo dela de sempre. Ela abriu a porta do carro antes que eu conseguisse sair, me puxando para o lado de fora e me abraçando com força. Para variar, ela começou a chorar de alegria e a repetir de novo e de novo que não conseguia acreditar que eu estava de volta. Vi meu pai aparece alguns segundos depois, indo até Noah para cumprimenta-lo rapidamente antes de vir até mim. Soltei minha mãe e fui até meu pai, que estava com o bigode mais grosso do que de costume.