Cold, cold girl.

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- ACORDA, ACORDA, ACORDA - Mavis puxou o máximo de ar que deu, seus olhos tentavam se acostumar com a claridade enquanto procuravam a ameaça. E mesmo que ser acordada por Lila assim já tenha se tornado rotina, ela não conseguia acostumar.

Quando finalmente entendeu que esta só estava sendo uma cretina e não havia perigo nenhum, deixou seus músculos relaxarem e voltou a encostar no acento.
- S-sua filh-a... filha d-da puta - xingou, fechando os olhos para tentar acalmar a respiração. Dentro de sua mente ela ainda conseguia ouvir os gritos, e seu corpo os detectava como ameaça. Lila riu, maldosa. - Oh, que fofinho; você ga-gagueja tam-também - zombou. Mavis a fuzilou com o olhar, se preparando para fazer a próxima pergunta sem gaguejar. 

- Onde está o alvo? - quis saber. Ambas estavam sozinhas no carro.

- Pausa do banheiro - cantarolou.

- Você perdeu ele de vista?!

- Nossa, mas que mau humor... - Lila resmungou, checando sua aparência no espelho do carro.
- Então, qual é o plano? - perguntou se voltando para a loira, que arqueou a sobrancelha. - Fazer o que a Handler mandar - respondeu com obviedade.
- Esperamos ela entrar em contato, completamos a missão e logo estaremos curtindo as férias merecidas no Caribe - concluiu. Lila riu com gosto e Mavis acompanhou.

- Só espero terminar isso antes do meu aniversário - comentou e Lila deu de ombros. - Não importa muito, a gente fingi que é seu aniversário no dia que quisermos.

- Mas a data já é fingimento. Eu não lembro que dia eu nasci, lembra?

- Ok, estraga prazer. Então o plano é fingir demência e conhecer o terreno - Lila completou distraída com o próprio reflexo. A mais nova encarou as próprias mãos, sentindo algo a consumindo. Suas crises estavam começando a aparecer, a sensação de estar sob sentença de morte há todo momento era desesperadora e agora não havia nada que a loira pudesse fazer.

- Onde estão os seus remédios?

- Não. Fode - Mavis cuspiu, entredentes. Lila ergueu as mãos, rendida. - Ok, só acho que deveria tomar direitinho, ao menos quando estivermos em missão.

- Obrigada, Doutora Pitts, mais algum conselho óbvio para me dar? - Lila a olhou feio, perguntando-se como não havia matado aquela garota irritante ainda. - Se são tão óbvios, espertinha, qual é a dificuldade de tomar os malditos remédios?

- Eu esqueci na bolsa, ok?

- Ok! - Lila brandou, desviando o olhar.

Sentiu o sangue ferver de raiva, e teve que dar o troco. - Tente não se envolver com Diego, talvez tenhamos que matá-lo - disse despreocupada. - Quem devia se preocupar com isso é você - Lila rebateu na mesma hora, a fim de não demonstrar que talvez – e só talvez – estivesse realmente gostando do latino.

- O que quer dizer? - a mais velha fez um gesto de obviedade. - Ele é o seu pai - em resposta, Granger franziu o cenho irritada. - Não é, não!

- Você me entendeu.

Rolou os olhos. - Diferente de você, eu não costumo estragar a missão por me envolver demais com o alvo - Lila não respondeu, apertando mais o volante e suspirando.

O suficiente para deixar a consciência da loira pesada. - Ok, desculpe... Prometi que não íamos falar disso - ganhou silêncio, apenas. Quis chutar o banco do motorista, manda-lá deixar de ser tão infantil, porém não o fez. - Você é tão insuportável... - acusou, cruzando os braços e fitando a janela e percebendo que Diego se aproximava. Ele entrou, e de imediato, as duas agentes entraram no personagem. - Ei, você acordou - cumprimentou, bem-humorado. - Você está bem? - tocou de leve em sua bochecha.

Under My Umbrella - 1963(REESCREVENDO)Where stories live. Discover now