Capítulo 27 (Parte I)

139 21 236
                                    

"Aqueles que estão livres de pensamentos rancorosos certamente encontram a paz

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"Aqueles que estão livres de pensamentos rancorosos certamente encontram a paz." - Buda


Dinesh encarava o templo budista, cercado por uma vasta mata, localizado em São Paulo, uma cidade do Brasil. O local possuía uma grande estrutura oriental com uma passarela de pedras alvas até a entrada. As cercas brancas possuíam esferas vermelhas no topo de cada estaca e as pilastras pintadas de preto tornavam o ambiente mais belo. Alguns monges circulavam o local usando roupas laranjas, servindo como uma espécie de quimono.

Mesmo tendo avisado algumas horas antes sobre a sua chegava, o tio-avô de Dinesh, Manu Hari, já se encontrava o esperando no arco da entrada. O homem possuía a cabeça raspada, a mesma roupa dos demais e uma barba por fazer.

Manu é o irmão da mãe de Mahara, Deva Hari, que dedicou sua vida aos estudos do budismo. Ao completar vinte anos, o homem se mudou para o Brasil onde, atualmente, administra o templo budista da cidade de São Paulo. Em seus setenta e cinco anos, essa era a primeira vez que se encontrava com o neto da sua falecida irmã.

— É bom vê-lo aqui, meu querido Dinesh.

— Olá, Manu. — comenta com uma reverência. — Desculpe-me por chegar sem avisar, eu só...

— ...precisava de um tempo do mundo, eu sei. Você escolheu o melhor lugar para esquecer das preocupações mundanas. Agora, acompanhe-me.

O Yamir acena com a cabeça, iniciando uma caminhada pelo templo e analisando a simplicidade do local. A brisa fresca do país tropical trazia uma sensação inexplicável de paz e aconchego.

— Então, quando eu atingirei o nirvana ou algo do tipo?

— Nós não começamos assim, essa é uma jornada de vários anos.

— Puta que pariu.

O mais velho o encarava incrédulo.

— Desculpa, eu preciso controlar a minha língua. Poderia me explicar o que iremos aprender?

— Bem, você me avisou por telefonema que desejava encontrar à si mesmo e pedir perdão para todos que machucou, não é?

— Isso mesmo.

— Nesse templo, nós trabalhamos com o Budismo Humanista, onde você aprenderá mais sobre os ensinamentos do nosso mestre Buda, voltados para a compaixão e a sabedoria.

— E isso irá me ajudar?

— É claro. A compaixão te ensinará à perdoar o próximo e a sabedoria será o seu guia, mostrando-lhe o melhor caminho para o perdão.

— Entendo...

Isso está com cara de que vai demorar mais do que eu imaginei, pensava.

— Não tem como agilizar esses ensinamentos, Manu? É que eu não tenho muito tempo.

O filho perfeitoWhere stories live. Discover now