Capítulo 15

224 33 469
                                    

"Sim, do mundo nada se leva

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus." - Millôr Fernandes


Miyuki Sato encontrava-se boquiaberta diante do tamanho da empresa. O prédio com vários andares parecia querer cortar os céus, mostrando imponência. Ao falar com a recepcionista, recebeu um olhar desconfiado mas obteve a permissão para ir ao último andar, quando mostrou o cartão com a assinatura do vice presidente. A mulher encarava os números do elevador aumentarem até as portas se abrirem, dando o primeiro passo e ajeitando o moletom cinza que combinava com a calça surrada.

O ambiente ao seu redor era chique demais para ela, mas o desejo por um emprego a guiou até a sala do vice-diretor onde deu leves batidas. Ao ouvir a confirmação, encontrou o Dinesh sentado na mesa aproximando o pulso sangrando da camisa social branca para limpá-lo.

— Não faz isso!

Ele erguia o olhar confuso, vendo-a andar em sua direção e segurar a mão machucada.

— O que aconteceu?

— Eu dei um soco em alguém.

— O que?!

— Mas não foi nada demais. — comenta puxando a mão de volta. — Ele mereceu.

Miyuki arqueia a sobrancelha, abrindo a bolsa simples que carregava pegando um curativo e puxava a mão do Dinesh de volta. Após colocar o curativo, erguia o olhar em sua direção sem esconder a preocupação.

— Você é estranho.

— É assim que trata o seu novo chefe?

— E-Espera, eu já fui contratada?! E o processo de seleção?

— Para o inferno esse processo. — resmunga descendo da mesa e voltando a se sentar em sua cadeira. — Vá para o segundo andar e fale com a senhora Kanade, ela é a responsável pela uniformização dos funcionários.

— Err... Tudo bem.

— Como eu não estou de bom humor hoje, não espere uma explicação muito objetiva. — dizia puxando um cigarro do bolso e o colocando em sua boca, não tardando em acendê-lo com um isqueiro dourado onde havia o brasão da família Yamir. — Basicamente, a sua função é organizar a minha rotina aqui na empresa. Eu quero que esteja no escritório quinze minutos antes da abertura dos portões, depois confirme a minha agenda duas vezes para não ter equívocos.

— C-Certo, Dine... Digo, senhor Yamir!

Ele arqueia a sobrancelha dando uma tragada no cigarro e deixando a fumaça escapar dos seus lábios.

— Continuando... Eu precisarei dos seus serviços em viagens, então esteja disposta à qualquer momento. E não me refiro somente à reuniões, pois eu posso te ligar no meio da noite exigindo um mini relatório sobre algum compromisso específico.

O filho perfeitoWhere stories live. Discover now