Capítulo 38 (Parte I)

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"Romeu, me salve, estão tentando me dizer o que devo sentirEsse amor é difícil, mas é realNão tenha medo, nós vamos sair dessa bagunçaÉ uma história de amor, querido, apenas diga sim

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"Romeu, me salve, estão tentando me dizer o que devo sentir
Esse amor é difícil, mas é real
Não tenha medo, nós vamos sair dessa bagunça
É uma história de amor, querido, apenas diga sim." - Love Story, Taylor Swift


Yakito Homura deixava um longo suspiro de alívio escapar de seus lábios. Ao receber a ligação de seu cliente, Dinesh Yamir, pedindo para continuar a sua defesa, o seu peito se encheu de esperança. Afinal, como um advogado renomado, sua consciência não ficaria limpa sem garantir o direito de defesa do indiano. Atualmente, os dois se encontravam numa pequena sala particular em uma das penitenciárias do Japão.

— Nós temos menos de duas semanas para elaborar a sua defesa, Dinesh. Isso vai ser complicado, mas farei o possível para te inocentar.

— Confio nas suas habilidades, senhor Homura.

— Mas eu gostaria de perguntar algo antes. O que te fez mudar de ideia tão repentinamente?

Dinesh ajeitava-se na cadeira metálica, lançando um olhar calmo em direção ao advogado. A sua barba estava perfeitamente feita, dando um aspecto mais maduro e sério em seu semblante.

— Não ligo que aqueles miseráveis tenham morrido. Eles mereceram, mas eu decidi aceitar a punição pelo o que houve com a Sakura. Mesmo com o juiz tendo me inocentado, uma parte de mim relutava em acreditar nisso.

— Por que? Claramente, não havia provas contra o senhor. — comenta Homura, indignado. — Nem mesmo o depoimento da vítima tinha força para incriminá-lo.

— Eu passei a minha infância ouvindo o meu avô falar que eu era uma pessoa ruim. Os meus amigos, naquela época, falavam a mesma coisa. Quando cresci, esse mesmo tipo de pensamento retornou ao adentrar no mundo dos negócios. Durante toda a minha vida, as pessoas me tratavam como um monstro, alguém à beira do colapso — dizia descendo o olhar para as próprias mãos, soltando um breve suspiro. O seu olhar era distante, preso em memórias do passado onde era consumido pela palavra "decepção". — Então, se uma crueldade fosse cometida, provavelmente eu seria o culpado. Por que eu iria acreditar na minha inocência se ninguém tinha fé em mim? Nem eu mesmo tinha, por sinal.

O semblante de Homura, apesar de sério, expressava a sua singela tristeza diante do comentário do indiano. Naquele momento, compreendeu uma parte da personalidade agressiva de Dinesh. O homem diante de seus olhos havia sido afetado pelos comentários perversos que ouviu durante sua vida até que acabou sendo consumido por eles.

"Uma mentira contada várias vezes acaba se tornando verdade", pensa Homura.

Em um gesto de solidariedade, abriu o seu melhor sorriso e inclinou o corpo para frente a fim de encarar diretamente os olhos escuros de seu cliente.

— Eu vou te tirar daí, custe o que custar.

— Gosto dessa determinação, o senhor seria um ótimo funcionário da empresa da minha família.

O filho perfeitoWhere stories live. Discover now