"Expondo nossa rosa"

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     Se eu me arrumei com mais afinco naquela manhã por causa do Keith ou porquê encararia a escola toda após sair do armário dramaticamente eu não sei dizer até hoje.

     Sim, eu estava tranquilo por ter meu (MEU, M-E-U, MEEEEEU) namorado e meus maravilhosos amigos do meu lado, mas ... cara, a situação geral deixava qualquer um nervoso, principalmente tendo um histórico de bullying.

     Andei rapidamente até a secretaria, sentindo os olhares queimando em minha nuca.

     Não esperava aquela cena quando eu chegasse.

— EU SEI QUE VOCÊ SABE QUEM FOI, PROJETO DE K-IDOL!! — berrou Pidge, quase estrangulando o Kogane.

— Eu não vou falar quem foi.

— SEU TRAIDOR! EU JUNTO VOCÊ COM O SEU CRUSH E É ASSIM QUE ME RETRIBUI!!?

— Claro. É a sua vez de viver um clichê água com açúcar da Netflix. — sorriu debochado.

— Alguém me explica que merda ' acontecendo?

— O fodido do seu namorado postou uma cantada anônima na conta de correio elegante.

— E o que tem?

— Era p'ra mim. E ele não quer me dizer quem é a desgraça.

     Minha cabeça deu um estalo. Comprimi meus lábios para não rir da situação. E, pelo jeito, Keith sacou que eu saquei quem era.

— Alexandre McClain, você sabe de alguma coisa ...?! — questionou, o tom furioso e ameaçador.

— Não sei de nadinha de nada. Eu, hein. Longe de mim!

Lance ...

— Vamos denunciar o Lotor logo? Talvez demore. — desconversei.

— Não pense que escapou, mocinho!

Demorou quinze minutos para explicar e "resolver" tudo com o diretor. Lotor seria chamado para uma conversa séria. O "destino" dele ainda estava incerto.

Todavia, me preocupava com outra coisa no momento: atravessar todo o caminho até a sala.

Senti como uma mão se entrelaçava com a minha. Olhei para o dono, que me deu aquele sorriso de lado que me fazia derreter mais do que manteiga no pão quente.

— Calma, Loverboy. A gente ' aqui.

Corei e devolvi o sorriso, sentindo uma pontada de coragem.

     É. Foi assustador ter tanta gente me olhando enquanto eu passava. E não melhorou quando sentei em meu lugar na sala. Ou quando Hunk veio perguntar se estava tudo bem comigo.

     Mas eu ganhei o dia quando Adam (agora meu sogro) chegou na sala, fechou a porta, colocou a mochila em cima da mesa, catou uma caneta e apontou para cada um de nós com uma cara de pouquíssimos amigos.

— O primeiro engraçadinho a fazer qualquer tipo de piadinha ou trocadilho com homo ou bissexualidade vai perder três pontos da média. Estamos entendidos?

     A classe toda confirmou. Peguei o brasileiro sorrindo para mim. A aula dele e de Coran foram tranquilas.

      E o intervalo chegou. Meu estômago parecia ser de chumbo de tão nervoso que me encontrava. Com uma mão na de Keith e a outra no coração, fomos até o refeitório.

     Passaram-se três minutos desde que sentamos quando a voz do Pidge me tirou de meus pensamentos:

— Acho que já tem bastante gente.

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