Beijo dourado

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     Eu não sabia como reagir àquelas novas informações.

     O silêncio era pesado, como se uma placa de metal gigante estivesse tentando nos esmagar.

— Eu só achei justo te contar. — falou o coreano - Principalmente quando eu também gosto de você.

     Pela primeira vez desde que ele entrou no quarto, olhei-o diretamente aos olhos. Eles brilhavam em púrpura.

     Parecia que toda uma galáxia vivia naquelas duas pequenas e cintilantes esferas.

— Você viu eu surtando por causa de você enquanto você também gosta de mim!? — "resumi", e ele assentiu da maneira mais envergonhada que eu já vi — Fez bem pro ego? — desdenhei.

Não era p'ra alimentar o meu ego! — negou, vermelho feito um tomate - Eu não achava que você ia largar mão de me encher o saco tão cedo, então vi como a única forma de conseguir ser seu amigo! E ... — engoliu saliva, nervoso — ... A única oportunidade que eu teria de ter um romance clichê e inofensivo. Ou algo próximo disso.

     Desviou do meu olhar, brincando com o lençol da minha cama. Eu nem sabia direito o que pensar no momento.

— Olha, desculpa se eu te magoei. Eu com muita coisa na cabeça e ... — puxei ainda mais o capuz do meu pijama, abraçando a mim mesmo — ... Eu tô morrendo de medo.

— Eu vou te ajudar.

     Olhei-o, incrédulo e confuso.

— Como assim?

— Não vou deixar te zoarem na escola. Eu posso te dar apoio quando você se assumir pros seus pais. Eu posso te arrumar algum ficante se você quiser e- ...

— Por que você faria tudo isso?

— Fora a parte de eu estar perdidamente apaixonado por ti e que ninguém merece passar por isso? — perguntou de maneira retórica, completando sua fala antes que eu pudesse responder qualquer coisa — Eu não quero que você tenha mais medo de ser quem você é. Você era a porra da pessoa mais legal do mundo conversando como você queria comigo como Sakura. Eu ... eu quero que você possa ser essa pessoa na vida real sem medo.

     Lágrimas voltaram a escorrer. Mas de alegria. Pura alegria. Consegui até sorrir.

     Afobado, pulei para abraça-lo bem apertado.

     Pelo jeito como ele enrijeceu o corpo, ficou claro como ele não estava acostumado com contato físico. E a maneira como ele me abraçou de volta revelou o quanto ele sentia falta de contato físico e como ele se importava comigo.

     Puxei-o para mim o máximo que pude. Senti suas mãos fazendo círculos em minhas costas, o que me fazia relaxar.

     Ficamos assim por um tempo que não me dei ao trabalho de contar. Estava ocupado demais aproveitando todas aquelas sensações boas.

— ... Lance?

Hmmm? - "respondi", ainda hipnotizado com o carinho que ele fazia em mim.

— ... Posso te beijar?

     Entrei em choque pelo que devia ter sido a terceira vez naquela noite.

— ... Tipo, beijar na boca? Com língua e tudo? De verdade?

— Sim. De verdade.

— ... Pode.

     Eu estava muito ocupado surtando pelo fato de que Keith Kogane queria (e ia de fato) me beijar para surtar pelo fato de que eu quase não tinha experiência nesse tópico.

Correio delator [Klance]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora