Capítulo 4

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Rony fechou a porta chorando baixo, não queria ser descoberto antes de visitar Hermione. Passou pelo salão comunal, agora vazio, passou pela porta da Mulher Gorda e seguiu em direção a ala hospitalar. Tropeçou na capa algumas vezes como esperado, quase trombou com pirraça, mas conseguiu chegar a porta entreaberta do local. A cama de Hermione era a última à direita, perto da sala da Madame Pomfrey. "Não podia ser mais perto da porta?" questionou Rony silenciosamente enquanto ia na direção de Hermione. Quando alcançou a amiga, foi contagiado por uma alegria infinda, ele sentia mais falta dela do que imaginava. Sua vontade era de abraçar a menina, mas concluiu que seria muito estranho fazer isso. Teve vontade de segurar sua mão e quando pensou em fazer isso, suas bochechas queimaram.

— Mione, sou eu, Rony. – seu sussurro falhava de nervoso – Eu vim te visitar.

Rony não esperava nenhuma resposta, até porque Hermione estava petrificada, mas ele não imaginava que iria ser tão desanimador.

— Você vai ficar bem. A Profª Sprout daqui a pouco vai aparecer com as mandrágoras prontas para fazer o antídoto.

Cada vez mais o silêncio o incomodava e em poucos minutos, a sua alegria sumiu, dando lugar para suas discussões com Harry.

— As coisas eram menos complicadas quando você estava junto. – desabafou por um instante – Não que eu sinta.... saudade. Ou qualquer coisa do tipo. Na verdade, estamos nos virando até bem. – sussurrou ele com o peito inflado de orgulho.

Seu rosto logo mostrou a verdade. Nada estava bem. Ele e Harry tinham brigado, as aulas estavam tão produtivas quanto contar os grãos de areia de uma praia, nem seus irmãos aguentavam ter ele por perto. Ele se sentia mais sozinho do que nunca.

— Olha, eu vou ser honesto com você, mas só porque sei que você não está ouvindo. – ele checou os olhos da amiga esperando uma confirmação, que não veio – Eu e Harry brigamos. Ele disse que não vinha te ver porque tinha tarefa do Snape. Patético,não? Eu disse pra ele que até você deixaria de fazer as tarefas se fosse ele quem estivesse petrificado. Se ele não acha que amigos têm tanta importância, ele que viva sem, nunca mais volto a falar com ele.

Depois de tanto tempo convivendo com Hermione, Rony podia saber exatamente o que ela iria dizer e conseguia ouvir a voz impaciente da garota "por Deus, Ronald, você poderia deixar de ser tão imaturo? Vocês dois são melhores amigos e ficam brigando por motivos completamente bestas"

— É, eu sei que eu não deveria fazer isso, mas foi ele quem começou. Ele que veio me dizer aquelas coisas. Ele que disse que estava me emprestando a capa porque você ia querer companhia. Ele nem quis saber do que eu queria, ele nunca quer saber o que os outros querem.

A imagem de Hermione olhando com desgosto e preguiça surgiu na mente de Rony.

—Está bem, eu vou falar com ele. Mas eu não vou pedir desculpas, eu não tô errado.

"Você sabe que você também está errado." Hermione agora o fitava com razão no olhar.

— Se ele me pedir desculpas, eu também peço. Mas só se ele pedir primeiro.

Rony olhou o corpo gélido e rígido de Hermione. Até petrificada ela conseguia ser mandona. No momento seguinte, Madame Pomfrey saiu da sala, fazendo Rony voltar correndo para a torre da Grifinória.

De três a dois - a dupla de bronze (fanfic Harry Potter e a Câmara Secreta)Onde histórias criam vida. Descubra agora