Capitulo 8 - Namorado de aluguel

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Capitulo 8 - Namorado de aluguel

No final da terceira aula de segunda feira, quando estávamos mudando de sala, o corredor estava cheio, precisei ir espremida no canto, e acabei não vendo a máquina de refrigerante, pois é, aquelas maquinas que tem mais de 2 metros, eu estava falando com Fernanda, que estava do outro lado do corredor, também espremida, junto com Julu, acabei quase derrubando a máquina, bati meu nariz que fez um pequeno corte na minha narina direita.

Se eu tivesse pensado em fazer isso, para parar na enfermaria, não teria dado certo, já gritei pra Fernanda, feliz da vida que eu ia para a enfermaria e sai correndo descendo as escadas, pulava de 3 em 3 degraus, acabei na última parte falseando meu pé, ele entortou e cai com as mãos no chão, apoiei o joelho e ele acabou ralando.

-- Você está bem? - Ouço um garoto falar, levanto a cabeça e mostro um sorriso.

-- Estou, obrigada! - Saio correndo indo até a enfermaria, ai, o que não fazemos por amor. Entro na sala branca e vou até a recepção.

-- Você de novo. - A recepcionista sorri ao me ver, mas sua voz não parece tão feliz, ela coloca a prancheta em cima do balcão.

Eu pego, olhando a prancheta, ela aponta com a mão para um dos quartos que são só divididos por uma cortina azul clara. Ando até lá, preenchendo a ficha.

-- Você arranja muita confusão, ou já deveria deixar pronto umas fichas da enfermaria. - Nichollas abre a cortina, entrando, deixando ela aberta por ética, se ele fechasse e algum aluno processasse por assédio ele não teria argumento. Dou risada e olho para ele, meus olhos até brilham.

-- Como estão as coisas no hospital? - Termino de assinar e estendo para ele.

-- Vamos nos concentrar em você. - Ele diz, olhando a ficha, parece perfeito pra mim! -- Como conseguiu ralar os joelhos e bater o nariz?

-- Cai da escada, desci correndo. - Aponto para meus joelhos. -- Bati na máquina de refrigerantes. - Aponto para meu nariz.

-- Você parece um imã de problemas. - Ele me olha e sorri, vai até o telefone que está em cima da cômoda, pede ataduras e band-aid. Se ele for um problema eu não ligo não!

-- Aqui Dr.Nichollas. - Uma enfermeira com um vestido longo e branco, com um avental por cima chega, trazendo em uma bandeja prata o que ele pediu, com alguns algodões.

-- Obrigado, Cristina. - Ele pega com uma mão, coloca a prancheta em cima da cômoda, vira pra mim e aponta para a cama, eu me sento. A enfermeira se vira, indo até a recepção. -- Você tem que tomar mais cuidado, Mariel, não sair por ai correndo, principalmente nas escadas.

-- Ah, tudo bem, eu não ligo não, é divertido vir aqui na enfermaria. - Ele me olha franzindo a testa, ops, não deveria ter dito isso, mas agora já foi. -- Digo, é divertido porque… - Vejo ele pegando um liquido, já com as luvas brancas e passa no meu joelho. -- Posso conhecer o colégio, não tinha vindo para esses lados, aqui é um colégio muito grande. - Nichollas pega a atadura, com o algodão, passa um pouco no joelho, junto com o liquido, enrolando a atadura no meu joelho.

-- Não sei como vocês não se perdem para achar as salas. - Ele sorri, e eu faço a mesma coisa, está até doendo minha maça do rosto, de tanto que estou sorrindo.

-- Verdade, mas temos um mapa, explicando como de ir da sala 1 até a sala 800, quase como um gps. - Vejo ele pegando um band-aid redondo, e chega perto de mim, colocando as mãos no meu rosto.

Acho tão bonito o jeito que ele transforma tudo de um modo romântico. A cola do band-aid gruda no meu nariz, e eu solto sem aguentar.

-- Eu te amo, Doutor Nichollas.

Sonhos de MarielWhere stories live. Discover now