Capitulo 14 - Abelhas te convidam

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Capitulo 14 - Abelhas te convidam



Nossa, ela expulsou a gente como um tigre, não dava mais para entrar, ela ficou tão nervosa, que atacava tudo nas enfermeiras que tentavam entrar, achei melhor irmos embora, como parece que os pais de Fernanda não gostam muito de Celina, eles não trouxeram ela de carro, então aproveitei o taxi, levei ela pra casa e depois fui para a minha. Quando cheguei em casa e mostrei minha roupa tive que explicar o que aconteceu, claro que não a parte sobre fazer ciumes em Nichollas, mas que eu fiz amigos e as meninas ficaram bravas com isso.

Minha mãe ficou espantada, e já quis tirar satisfação com o colégio, mas eu pedi para não fazer, porque dá próxima, bom não vai ter próxima, assim como a Nina, farei elas pagarem, não comendo cabelo, espero que elas não queiram cortar os meus.

****

Acordei com o sol batendo no meu rosto, abri os olhos e pulei da cama, sexta parece quase como uma festa, digo porque vem o sabado e um pouco de folga e sem professores é algo muito bom, tomo um banho, me enrolo no meu roupão, minha mãe deve ter mandado lavar minha roupa, que estava pendurada na maçaneta do lado de fora do meu quarto, está limpinho, ela também mandou lavar todo o resto.

Estou trocada e pronta para ir para o colégio, meu pai decidiu que contrataria um motorista para mim e para minha mãe, ela sabia dirigir, mas se meu pai é doido no volante, minha mãe é quase alienada, ela com certeza soltaria o volante para acenar pra alguém da rua.

O motorista está ali na frente, com um carro cinza, é novo pelo jeito e é do meu pai, o motorista me cumprimenta, me levando para o colégio. Não tem muita gente como de costume, essa hora? Até parece o povo gosta de chegar tarde. Vou até meu armário e tenho que deixar todas as minhas coisas no armário, deixar a bolsa completamente vazia, já que minha primeira aula era de Artes, a professora pedia de tudo! De giz, cola, canetinhas, revistas, até papel mache. Coloco na minha bolsa tudo o que eu tenho, vou ter que passar na papelaria do colégio, não tenho cartolina, e parece que hoje vamos usar. É meio infantil, não sei o que essa professora quer com isso, e tenho até medo de perguntar, já basta estar sendo “reconhecida” na escola por andar com o Leo, e olha que sempre tento ir na enfermaria que nem tem tanta gente.

Quando saio da papelaria vejo Leo, não... é o Lex, sei que por causa do jeito Lex de ser, sorridente e feliz. Vejo que ele arrastar uma garota de boina francesa, preta, para fora da escola, os cabelos da menina estão para dentro da boina, estreito os olhos tentando ver, ah, é a Nina, nossa, porque ela está com a boina? o cabelo ficou tão ruim assim? Ou… ela pode estar disfarçada, para ninguém ver eles juntos, e talvez não acontecer mais nada com ela. Acho que um óculos ajudaria também.

Já que eles não querem serem vistos, eu vou fingir que não vi. Segui para minha primeira aula, de artes. Eu disse que a professora é maluca, ela fez a gente criar bonecos de cartolina, ficou muito bizarro, parece mais um zumbi.

Fui para meu armário guardar todas essas tralhas de desenho, como posso arrumar tudo tendo só metade do armário? Como esse menino consegue ser tão organizado?

Um pote de vidro de geléia aparece na minha frente, a tampa é xadrez, branca e vermelha, mas o pote não está cheio de geleia, vejo cordão colado com durex, olho para dentro do vidro, tem um monte de barbante ali, como na aula de quimica, as cores são de vermelho, roxo e azul, um degradê bonito. Olho para a mão que colocou na minha frente, e sigo para o corpo do dono, vejo Leo, me olhando, ele segue a mão, enquanto eu me viro.

-- Oh, pirulito! - Pego o pote sorrindo. -- Você fez?

-- Você quebrou o nosso pote. - Eu dou licença para ele, vejo-o guardar o livro dele de geografia. Que fofinho, ele fez os pirulitos pra mim?

Sonhos de MarielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora