Recomeçando a Vida

Capítulo 11 Parte 1

Henry

Boa tarde Ambar! - falo ao vê-la no corredor

- o que você quer Ry - diz tentando fingir que não me suporta, mas é óbvio pelo apelido carinhoso que gosta de mim

- de você? - pergunto com ironia

- qual o motivo dessa felicidade, que dá pra ver no seu rosto desde de manhã? - ignora minha pergunta e faz outra ao parar um pouco distante na minha frente

- fico ainda mais feliz por ver que me conhece tão bem - dou um passo pra frente ao ver seu sorriso pelo meu comentário - estou animado porque tenho uma nova paciente, e antes que você diga que tenho novos pacientes todos os dias, eu vou dizer que minha paciente não é daqui, está em outro hospital e é um caso de quase morte, mas vou salva-la. Não é um máximo? - falo deixando de lado alguns detalhes

- por que você é sempre privilegiado aqui? - diz um pouco indignada, mas sorrindo

- eu mesmo liguei quando soube do caso dela, me oferecendo para o grande trabalho de colocar o cérebro dela pra funcionar de novo, ou pelo menos tentar - com isso dou mais um passo

- então ela está em coma? Me conta mais? - curiosa ela se aproxima

- Não posso contar ainda

- agora eu já sei, vai lá só pra se exibir como neurocirurgião - ela debocha de mim e eu dou risada - Conta pra mim, ou é mais um dos "segredos do Henry"?

Ela fica brava e eu aproveito pra dar um beijo surpresa rapidamente em sua bochecha, antes de passar por ela e começar a andar...

- me liga Doutora Stein que eu te conto um dos meus segredos - viro e falo depois de dar alguns passos - estou indo hoje pra São Paulo

- sortudo - acho que falou sozinha, mas não baixo o suficiente - tchau Henry, boa viagem - pronuncia alto a última frase e segue andando pelo corredor na direção contrária que estou indo

- Já está indo ver sua nova paciente? - tomo um leve susto quando Doutor Semedo fala ao meu lado

- estou sim, tenho que está lá o mais cedo possível, não quero perder tempo - digo me virando pra ele

- está certo, tomará que seja bem sucedido

- obrigado, até mais - depois disso saio do hospital e vou pra casa.

Quando chego em casa vejo 2 malas prontas perto da porta e sorrio pensando na mãe teimosa que tenho, falei que ia arrumar, mas ela não ouve o que não quer.

Depois de deixar as coisas na mesinha e nos seus respectivos lugares vou em busca de mamãe pela casa.

Ouço o som de uma conversa animada na cozinha e vou até lá. Chego na porta e vejo a festa das mulheres na cozinha, várias comidas e um cheiro maravilhoso. Volto antes que me vejam e vou até meu quarto tomar banho. Depois de 15 minutos adentro a cozinha e encontro todos lá, minha mãe, vovó, Edelzuita (a enfermeira), Vanda e Virgínia (as faxineiras e também cozinheiras) e meu melhor amigo Zion (motorista das mulheres e meu as vezes). Depois de cumprimentar todos me sento ao lado de vovó e observo a movimentação.

- como foi no trabalho hoje querido? - minha vó pergunta

- normal vó, fiz uma cirurgia e dei alta em alguns pacientes - respondo olhando pra ela

- aquele da agulha no olho também teve alta? - mamãe pergunta

- foi sim - falo rindo com seu resumo do caso, ela gosta ouvir eu falar dos meus casos e das cirurgias

- tudo certo pra viagem? - Virgínia se pronuncia sentando no colo de Zion

- acho que sim, só faltava arrumar minha mala, mas mamãe já fez isso também pelo visto - damos risada da cara que ela faz de desentendida - vou só dá uma conferida nos documentos

- acha que é a primeira vez que arrumo sua mala? Está tudo lá só falta aquilo que você levou para o trabalho que eu mesma vou colocar porque você deve esquecer - faz cara de brava pra mim e eu mando um beijo, fazendo a sorrir - agora vamos comer porque isso tudo é seu jantar de despedida.

Depois de jantar, me arrumar e ajudar Zion a colocar as coisas no carro, dou um abraço em todas me despedindo.

-Mãe porque está chorando de novo? Já disse que vou te ligar todos os dias.

-Eu não gosto da sensação de estar afastada daqueles que amo e não confio muito nesses aviões.

-Deus é mais forte. Vai ficar tudo bem filha, deixa o menino ir antes que perca a hora.

-Ouviu a vovó mãe, vai ficar tudo bem. Eu amo vocês, mas realmente tenho que ir. Ligo quando chegar.

Depois de mais alguns abraços finalmente entrei no carro com Zion e parti com o objetivo de salva-la...

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