Capitulo 8

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10 de novembro de 2015

Paulo

Não sei como seguir adiante com minha vida ou até mesmo assumir compromisso com o que era do meu filho estou aqui na sala dele trabalhando na área que um dia ele assumiu como administrador e contabilista, que é o que eu sou, trabalhei com isso por 40 anos, mas agora olhando para os papéis pareço ser um estagiário nervoso com o seu primeiro dia no trabalho.

Me ligaram avisando que um parente de Alyssa está lá embaixo na recepção e eu mandei subir.

Quem será?
Ela nunca me disse que tinha algum parente vivo, mas também não éramos tão próximos. Em cima da mesa tem uma foto de Will junto com Isabella, me fez relembrar tudo que aconteceu há um ano atrás:

Flash back on:
28 de Setembro de 2014

-Amor, não sabia que Paris era tão linda, sempre achei que as pessoas exageravam ao falar dela- falo enquanto imagens da viagem passam pela minha cabeça

-temos que viajar pra lá uma outra vez- disse minha Laura ao entrar no nosso quarto

-realmente era tudo muito bonito mesmo, as comidas então...- falei só para provocá-la

-não acredito Paulo que de tudo que nós fizemos e vimos, você só lembrou e gostou do que você comeu- falou ela parecendo estar furiosa

-querida estou brincando, tudo foi muito lindo e maravilhoso, ainda mais na sua companhia- falei sorrindo e me aproximando dela

-ah é?- Laura perguntou me abraçando

-senhora Laura?- chama alguém do outro lado da porta do quarto

Gisele a nossa faxineira e cozinheira estava em frente a porta quando minha esposa à abriu

-tem dois homens de preto lá embaixo querendo falar com vocês e eles já entraram- falou e sem esperar a resposta deu as costas e saiu

-quem será?- perguntei enquanto a gente caminhava até a sala

-vamos descer para ver- respondeu Laura

-Olá senhores em que posso ajudá-los- eu falei ao chegar à sala

-por favor sentem_ disse Laura sentando ao meu lado

-desculpe senhor e senhora Soares chegarmos assim, uma hora dessa, mas receio não trazer boas notícias- disse um dos homens que vestia terno preto ao lado de um policial.

Olhei para o lado para ver a minha mulher e ela já estava com os olhos cheio de água, virei-me novamente para eles e assentir com a cabeça para que eles continuassem

-Já estive no lugar de vocês e receio que não se importaram se pularmos as apresentações- disse o policial

-me digam logo o que aconteceu. Foi algo com meu filho não é?- perguntou a Laura já desesperada

-eu sinto muito por dizer isso, mas o seu filho sofreu um acidente junto com à esposa e filha- disse o homem de terno que depois descobrimos que se chamava Alex

-não pode ser... meu Deus- Laura me abraçou aos prantos, enquanto eu em choque tentava assimilar tudo

-receio dizer- o policial continua- que o seu filho e a esposa dele foram retirados do local do acidente em estado grave e a senhorita Martins está em cirurgia neste momento. Ela foi jogada do carro por estar sem cinto. A criança está recebendo cuidados, mas seus ferimentos foram leve, graças a cadeirinha bem equipada- completou

-e o meu filho? Como ele está?- perguntei quando me dei conta da realidade da situação

-eu sinto muito- disse Alex

Só isso bastou para destruir o meu coração. Quando parei de sentir o peso das lágrimas na minha bochecha que voltei a realidade e percebi que precisava ser forte por Laura que estava aos prantos. Olhei ao redor, atrás de Gisele, mas ela não estava na sala entre nós, então esperei Laura se acalmar um pouco e fui buscar uma água para nós na cozinha, quando voltei Laura estava no telefone falando com alguém, estranhei porque nem tinha ouvido o telefone tocar.

Sai dos meus devaneios quando ouvi os soluços dela e fui até ela e peguei o telefone da sua mão.

Era a secretária da Alyssia que estava na empresa e queria saber notícias pela falta de comunicação da sua chefe, atualizei ela dos acontecimentos e fiz ela me assegurar de que cuidaria da empresa até que eu pudesse fazer alguma coisa...

Depois disso nós fomos junto com Alex até o hospital em que Alyssia e Isabella estavam. Lá ficamos sabendo que Alyssia teve que ser colocado em coma induzido depois da cirurgia e ficaria assim até seu estado estabilizar. Minha esposa não quis ver a neta, disse que ela ia ficar desesperada e não saberia o que fazer, a assistente social e Alex concordaram que seria melhor esperar nos acalmarmos e deixar ela descansar. Eles logo me perguntaram o que faríamos com a menina visto que eramos os únicos parentes dela registrados e a mãe dela não tinha previsão se acordaria. Eu disse que depois daria uma resposta, mas na verdade já sabia o que fazer.

Flash back off

Faz quase dez meses que esperamos ela acordar. Até hoje ela não acordou, já aceitei que isso não irá acontecer.

Faz quase o mesmo tempo que descobri que Isabella está em uma instituição adotiva, já que eu deixe claro que não poderíamos tomar conta dela. Quando a assistente social ligou lá pra casa eu me liberei dos direitos sobre a menina, assinei alguns papéis e pronto. 

Decidi em secreto não procurar por ela, até porque eu e Laura não temos suporte emocional para criar uma criança, e também não quero uma lembrança constante daquilo que eu já perdi, e Laura não têm forças nem para aguentar ela mesma, ela mau se alimenta, tem que ser vigiada o dia inteiro pois temo que faça algo contra sua vida outra vez, ia piorar mais com uma criança que tem no rosto á lembrança de nossa perda... Parece que ela já foi adotada mesmo, então não tenho mais dever nenhum. Visitar ela só traria mais problemas...

Com tudo isso em mente eu fico em um conflito diário sobre o que fazer ou dizer se um dia Alyssia acordar. Tomara que não acorde. É o melhor pra nós.

Batidas na porta da minha sala me despertam, coloco a foto no lugar que estava e pronuncio um 'entre' para o tal parente dela. Vamos ver o que ele tem pra dizer...


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Um beijo pra vocês.

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