Capítulo 9 - Preocupação

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"And I don't feel right when you've gone away

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"And I don't feel right when you've gone away."

Broken — Seether ft. Amy Lee.


Novembro chegou frio e com muitas chuvas. Elizabeth adorava o clima da Escócia com suas frequentes garoas, pois a lembrava — mesmo que longinquamente e sem a parte do calor — o clima gostoso e úmido do Amazonas. Porém, é claro, nada se comparava ao cheiro de terra molhada da mata; o cheiro de vida animal e botânica. Quando chovia, os alunos do Castelobruxo tomavam banho de chuva e o professor de Estudo das Criaturas Mágicas, o pajé Ubiratan, se juntava a eles. Nas Terras Altas da Escócia, as árvores, em sua maioria, já haviam trocado de cor, marcando o belíssimo outono escocês e a escuridão já tomava conta do céu já ao fim da tarde.

Elizabeth e Snape passaram a manter um relacionamento restritamente profissional, mas, também, cortês. Ele não havia mais pedido que preparasse mais nenhuma poção sem justificativas, pois se sentia desconfortável desde que notara um cheiro destoante na Amortentia preparada por Elizabeth. Apesar disso, ele agora permitia que ela ajudasse durante as aulas e tirasse as dúvidas dos alunos. Snape ficava aliviado por, assim, não precisar manter mais contato do que desejava com aqueles cabeças-ocas.

Durante uma noite, porém, o professor se surpreendeu quando Elizabeth adentrou seu laboratório. Ele não havia pedido para que fosse até lá. Qualquer outra pessoa aproveitaria seu tempo livre para fazer qualquer outra coisa que não fosse estar na presença de Severus Snape, mas ela estava lá, por livre e espontânea vontade, oferecendo-se para organizar, limpar e arrumar o laboratório. Snape, contrariando todas as expectativas, não se opôs e deixou que ela o ajudasse.

Ele não havia feito nenhum comentário sobre Elizabeth ter modificado a Mata-Cão que cozinhou para Lupin, como ela pensou que faria. Elizabeth, também, não voltou a preparar nenhuma poção sem a supervisão do seu orientador e Snape tampouco pediu que preparasse algo. Nunca conversaram sobre a discussão na sede da Ordem da Fênix nem sobre a declaração aberta da confiança que ela dizia ter no professor. Na verdade, Snape, pensando melhor, duvidava muito disso. Acreditava que ela apenas havia dito aquilo para chatear o primo — o que funcionou. Contudo, dentro dele, Snape não negava mais para si que ele, sim, confiava em Elizabeth Jones, mesmo que não soubesse o porquê. Não que ela fosse alguém que inspirava desconfiança, pelo contrário. Porém, aquele homem era arredio por natureza. Então, não era capaz de compreender claramente os muitos sentimentos que a jovem causava nele, e não conseguia, também, nomear esses sentimentos.

Elizabeth também ainda possuía dificuldades em aceitar para si como, de repente, confiava tanto naquele homem misterioso. Snape dissera que estar a mantendo segura de Lord Voldemort e, então, aquilo pareceu o bastante para mudar sua visão sobre ele. Mas aquilo era garantia de alguma coisa? Ele poderia estar mentindo? Apesar dos questionamentos que de vez em quando ainda vinham a assombrar, ela soube que não. Severus não havia mentido.

Por Trás dos Olhos Negros | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora