Erros do passado [H.S]

Cap. 7

        Hoje tive alta do hospital, já se passaram 4 dias e eu já estou bem melhor, as nódoas negras já pouco se notam e as dores são quase nenhumas, os médicos obrigaram-me a ficar lá estes dias para fazer exames a isto e aquilo para terem a certeza que não tinha mesmo nada.

         Quanto ao meu pai continuo sem perceber o que disse no hospital, depois daquela frase ele saiu do quarto e falou durante muito tempo ao telemóvel e quando entrou foi para chamar pela minha mãe e irem embora e nos seguintes dias que me foi visitar, eu ainda perguntei o que ele queria dizer com aquilo e ele apenas dizia que o que ia fazer era para a minha segurança e outras vezes tentava mudar de assunto. Já a minha mãe dizia sempre que não sabia de nada, mas tava a mentir-me, eu conheço-a.

         Hoje os meus pais estão estranhos, desde que sai do hospital até casa não disseram uma única palavra e obrigaram-me a ficar em casa a descansar, sinceramente também não estou com muita disposição para sair ainda estou um bocado mole e vou ficar mesmo a descansar e mais logo talvez ligue ao pessoal e eles aparecem por aí.

            Enquanto vejo televisão a campainha toca e logo de seguida aparece o meu pai que logo abre a porta.

 - Olá mano, cheguei! (uma voz estranha soa)

 - Irmão, é sempre bom ver-te e tas cada vez melhor.

 - Boa vida não faz mal a ninguém ahahahah

             Enquanto a conversa continuava na entrada da casa eu continuava sem perceber nada, como assim irmão? Os meus pais sempre me disseram que apenas o meu pai tinha um irmão mas que ele nunca veio cá por causa do seu trabalho! Ou seja, eu tenho um tio há 18 anos que sempre preferiu o trabalho a conhecer a sobrinha e vir visitar a família e agora ele está cá?

            Ouço passos na direção da sala quando olho vejo o…

 - SIMON COWELL, eu não acredito nisto! Você em minha casa? Não pode ser eu estou a sonhar, só pode! (eu estava euforia)

 - Olá sobrinha (Simon falou com um sorriso na cara)

 - Sobrinha? Como assim sobrinha? (o meu sorriso logo desapareceu e fiquei com cara de confusa)

 - O teu pai é meu irmão, logo eu sou teu tio e tu és minha sobrinha!

 - Esperem lá… O Simon é o meu tio que passa a vida a trabalhar, que prefere o seu trabalho e que nunca tem tempo para a família?

 - Foram escolhas que ele tomou (o meu pai defende-o)

 - E tu que não o defendesses, até parece que isso não te magoa!

 - Não é o momento indicado para ter essa conversa

 - Apesar de não nos conhecermos, eu sei tudo sobre ti e principalmente o que tem acontecido…

 - E o que é que isso muda? Você sabe tudo sobre mim mas a única coisa que sei sobre você é que preferiu trabalho em vez de conviver com a sua família!

 - Desculpa…

 - Porque nunca nos visitou, nunca me veio conhecer? Você praticamente abandonou-nos! (perguntei levantando-me do sofá)

 - Eu sempre fui muito ambicioso e nunca pensei que eu precisava de família para ser feliz, mas eu agora percebi que estava errado!