Erros do passado [H.S]

Cap. 2

        Hoje é o grande dia, não pelo facto de fazer exame a Matemática mas sim por ficar de férias, nem acredito que chegou o dia que tanto esperava. Quanto ao dia anterior depois de sair de casa da Tita fui diretamente para a minha, e tive mais uma pequena discussão com ameaças com os meus pais o que já é normalíssimo, contudo ontem o que eles disseram ficou gravado na minha cabeça: “nestas férias terás o controlo que nós nunca conseguimos ter em ti”! Todas as ameaças que eles me fizeram, e posso dizer que foram milhares, todas me entravam num ouvido a 100 e saiam a 1000 mas ontem isso não aconteceu e eu fiquei a matutar naquilo porque eu nem sequer percebi o que eles queriam dizer com aquilo!  

            Neste momento estou na escola, sentada num banco, são 9h da manha e estou ansiosa é que acabe logo o exame e que me corra bem para que possa sair desta espelunca e nunca mais pôr cá os pés. 3 Anos numa escola secundária é o tempo necessário mas nesta parece que já estou aqui há uns 10 anos, é demasiado saturante, estes espaços sem interesse, o mau ambiente entre alunos, os grupinhos formados e os rótulos atribuídos, fogo eu não consigo aguentar estas coisas!

            O tempo vai passando e os meus pensamentos ocupam a maior parte dele. Quando me apercebo já Rafa está a poucos metros de mim e caminha na minha direção…

- Oi jeitosa (rafa cumprimenta-me)

- Oi gato

- Preparada para o exame? (pergunta-me sempre com um sorriso no rosto)

- Vamos lá ver como corre e tu estudas-te muito? (questiono com pura ironia é que o Rafa nunca pegou nos livros para estudar para um teste e aposto que para o exame aconteceu o mesmo. Ele acaba por ser como eu, o importante é passar e depois logo se vê)

- Achas? Nem sequer peguei nos livros (bingo, tal e qual como calculava)

- Que novidade! Ahahahah

- A Tita disse-me que estiveram a estudar juntas! A baldas da turma a estudar? Ouvir isso foi estranho! (rafa mostra estranheza)

- Tu sabes que não perco muito tempo com isso, como correr correu e até agora não me posso queixar mas ela obrigou-me a ir porque é um exame demasiado importante e reprovar agora é morrer à beira da praia e blá blá blá mas praticamente só estava a fazer-lhe companhia, é que não tenho nem um terço da paciência que ela tem para estudar tanto…

- Bem me parecia, é que tu não mudas nada! (ambos rimos com a sua afirmação)

- Olha quem fala, o baldas 2!

- Contra factos não há argumentos (gargalhamos novamente) E ontem à noite, foste sair?

- Achas? Os meus pais decapitavam-me! Já quando cheguei a casa discutimos, por isso foi jantar e ir dormir!

- Discutiram? Qual foi o motivo desta vez?

- O mesmo de sempre! Como cheguei um pouco tarde a casa pensaram que já andava naquelas cenas…

- Eles são teus pais, preocupam-se contigo e tem medo que te aconteça algo, é completamente normal

- Eu sei mas já cansa discutir quase todos os dias pelas mesmas coisas, eles têm de confiar em mim senão isto nunca vai mudar

- E naquelas cenas ainda tens participado?

- Sim, o Joni vai ligando de vez em quando