Única-Capítulo 10

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-Emma's Pov-

Recentemente Ally surgiu com a teoria de que aquela mulher poderia pertencer à sua família, teoria que no início não fazia muito sentido para mim, afinal sendo ela uma fantasma poderia muito bem saber coisas de nós sem realmente nos conhecer, o que justificaria o facto de ela saber o nome dela, porém o secretismo de seus avós começou a levantar até em mim suspeitas de que realmente pudesse haver uma conexão. Ela tentou perguntar, mas como já esperávamos não deu em nada, no entanto era algo que precisávamos saber. 

Aquele dia em que Aaron nos levou para o cemitério e nos disse que era um local seguro não me saia da cabeça, afinal era um local seguro de quê? Será que aqueles fantasmas podiam nos machucar? 

-Vamos para a minha casa, eles não estão aqui e certamente não teremos melhor oportunidade que esta.

-Mas você acha que podemos encontrar alguma coisa, você mesma disse que nunca viu nem uma fotografia sequer...

-Verdade, mas tem um sítio que eu nunca consegui entrar, uma vez tentei e fiquei duas semanas de castigo, o sótão, os meus avós ficaram fulos e culparam a fúria nas minhas alergias ao pó, disseram que o sótão tinha muito e que ficaria muito doente-o deboche era notável na cara dela.

 -Tem a chave?- perguntei depois de soltar umas gargalhadas com a sua cara de deboche.

Seguimos para a casa em que vivia com os avós, era uma casa boa e muito bonita. Tinha três andares e apesar de ser uma construção bem antiga os seus avós tentaram modernizá-la pintando-a de branco e remodelando totalmente o jardim e o interior. Por mais que tentássemos fazer piadas o tempo todo durante o caminho não conseguimos evitar o silêncio frio que se instalou, podíamos não encontrar nada mas quem sabe se podíamos encontrar algo que fossemos arrepender mais tarde? Será que queríamos mesmo fazer parte desta dança dos mortos para que nos chamavam?

Não tinha ninguém em casa, como era de esperar, portanto não perdemos tempo e fomos logo tentar abrir o sótão amaldiçoado com pó. No tecto uma corda pendia sobre nossas cabeças para nós a puxarmos e revelarmos umas escadas velhas, empoeiradas e em péssimo estado, não pareciam muito seguras.

-Eu vou primeiro.-Ally nem esperou resposta e entrou com tudo, ignorando os gemidos em protesto das escadas e do chão que pareciam prestes a ceder.

-Calma Ally pode ser perigoso!- subi às pressas também e admirei por uns segundos aquela sala com cheiro de velho, tinha muitos brinquedos que não tiveram gentilezas do tempo, bonecas amareladas, algumas partidas, um cavalinho de balanço que balançava sozinho e muitas caixas de papelão.

Ally já vasculhava aquelas caixas quando subi, estava em silêncio por isso peguei umas caixas e fiz o mesmo. Encontrei um monte de brinquedos velhos demais para terem sido da Ally e encontrei também uns diários que pareciam igualmente envelhecidos.

-Você tinha diários Ally?

- Não, nunca gostei muito dessas coisas, mas porquê encontrou alguma coisa?- já vinha na minha direção enquanto me perguntava aquilo. Entreguei-lhe os diários, só naquela caixa tinham vários, cerca de 20 caderninhos.

-Esta letra é de minha avó, ela que escreveu...


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⏰ Last updated: Aug 18, 2020 ⏰

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