Sozinha-Capítulo 2

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    Estava de férias, finalmente, foi um ano complicado na escola que se prolongou com todos os exames que tinha de fazer e por isso estudou semanas seguidas até não conseguir mais, realmente precisava de um bom descanso

-Está pronta Emma?- a sua mãe perguntava ainda meio sonolenta por ter acabado de acordar. Ela adorava praia, ficava lá horas e horas e quando ia embora esbanjava uma linda pele morena que a sua filha era incapaz de ter, enquanto a mãe se tornava uma sereia ela tornava-se um camarão excessivamente vermelho e cheio de dores, preferia observar o pôr do Sol e nadar ao fim da tarde, trazia-lhe alguma paz que não conseguia explicar.

-Sim mãe-respondia com também visível cansaço e vontade de voltar para as cobertas. Saíram de casa cedo e depois de tomar o pequeno foram logo para a praia, a sua mãe, Marily, deitou-se absorvendo os raios solares com vontade e graciosidade enquanto Emma lia.

Sentia-se estranhamente observada, mas afinal a praia estava cheia e por mais que tentasse encontrar quem a olhava os seus olhos grandes e escuros não decifravam o mistério, era de esperar que ela não o visse.

Ele observava enquanto a jovem, entre a sua leitura levantava os seus preguiçosos na tentativa de avistar alguém e depois de dar uma rápida vista de olhos voltava à sua leitura. No meio de toda aquela gente certamente chamaria atenção pelos seus trajes formais contrastantes com o local onde se encontrava, isto era se alguém o conseguisse ver. 

    Emma tinha decidido dormir num quarto que tinha duas camas de solteiro, não que ela tivesse irmãos ou alguma amiga que confiasse o suficiente para convidar para passar com ela, as camas eram simplesmente mais confortáveis e apenas por isso.

O quarto era pequeno, nada de extravagante, duas camas de solteiro simples com lençóis brancos e uma pequena cómoda entre as duas, havia decidido dormir na que estava perto da parede deixando a outra livre para colocar alguns dos seus pertences.

Foi dormir cedo na esperança de ter uma boa noite de sono e de início foi até alguém lhe cutucar o braço, tinha o sono leve mas de alguma forma não acordou com os passos de ninguém, normalmente identificava facilmente se o pai ou a mãe se tinham levantado por causa dos passos que eram diferentes entre eles no entanto naquela noite não ouviu ninguém.

Estava de costas e com preguiça demais de se virar então perguntou ainda meio a dormir

-Que é?

-...

-Que se passa?-agora já mais desperta e irritada pela falta de resposta

-...

Virou-se rapidamente mas não viu quem esperava...desde quando tinham uma criança em casa?

Segunda MorteWhere stories live. Discover now