— Eu não farei algo do tipo novamente. Eu prometo!

— Precisa reconquistar a minha confiança depois disso. Dinesh, você sabe como eu me preocupo com o seu futuro.

— Eu sei...

— Então, não me decepcione.

— Eu não irei, serei um filho que te orgulhará.

Raj sorria fraco pronto para comentar algo, mas Mahara aparecia com Shanti para contar sobre o estado do Kiran.

Mesmo recebendo uma bronca do seu pai por deixar a raiva guiá-lo mais uma vez, o jovem não pôde ignorar como o Kiran estava machucado. O garotinho acordava todas as noites tendo ataques de pânico, pedindo para morrer ou simplesmente passava o dia inteiro trancado no quarto, recusando-se à comer. Enquanto Mahara e Raj buscavam apoio psicológico, Dinesh optou por ir no hospital psiquiátrico tirar satisfação com seu avô.

Ao chegar no local, apresentava-se como parente do paciente e o deixaram conversar sozinho com Aseem, o qual se encontrava sentado na sua cama. Quando a enfermeira fechava a porta, sem antes dar um sorriso bobo para o rapaz devido à sua beleza, ele virava o rosto em direção ao avô.

— Eu deveria te estrangular aqui mesmo, seu desgraçado. Você acabou com a vida de um garotinho por causa dessa droga de maldição!

Porém, Aseem continuava a encarar a parede branca com um olhar vazio.

— Eu estou falando com você, porra!

Então, o mais velho focava no Dinesh que fechava os punhos com força. Lentamente, um sorriso frio surgia nos lábios de Aseem, dizendo:

— Finalmente, estou vendo o seu verdadeiro lado.

— O que?!

— Quem imaginaria que maltratar aquele demônio faria você voltar ao normal? Esse é a sua essência, Dinesh. — dizia ficando de pé, caminhando em direção ao neto. — Desde que te vi ensanguentado depois de bater naquele garoto, há anos atrás, percebi que não é como os demais. Você não é capaz de amar ou ter sentimentos, eu posso sentir.

— Por acaso, eles te deram alguma droga forte aqui?! Do que está falando?

Conforme Aseem se aproximava, Dinesh dava alguns passos para trás até as costas tocarem a porta. Ele não sabia explicar mas o seu avô possuía uma áurea tão desagradável e forte.

— O Raj é tão sentimental, isso será a ruína dele mas você, Dinesh, poderá salvar a sua família.

— Salvar? Com certeza, você enlouqueceu de vez!

— O mundo dos negócios é repleto de pessoas com péssimas intenções. Você precisa se tornar um deles se não quiser ser consumido por esse abismo. Por isso, torne-se o mal necessário para essa família! — exclama Aseem segurando com força a camisa do neto. — Siga a sua essência!

— Vá para o inferno, seu lixo! — gritava Dinesh apertando o pescoço de Aseem, olhando-o com ódio. — Eu não sou mau! Tudo bem que errei no passado, mas agora sou uma pessoa melhor. Por que é tão difícil acreditar?

Contudo, ao ver o sorriso frio de Aseem, Dinesh entendia melhor as suas palavras. Ele estava enforcando o próprio avô por ter sido guiado pelo ódio, então soltou rapidamente o velho e o empurrou até cair sentado na cama. Os olhos negros do rapaz estavam repletos de arrependimento e medo; medo de se tornar o que mais temia.

— Viu só, Dinesh? Por que está negando?

— Você não passa de um velho louco que está destinado a apodrecer nesse lugar! Por mim, seu destino seria pior mas nem sei se os demônios do além iriam querer a sua presença. — dizia com amargura na voz. — Aseem, você culpa o Kiran pela morte da daada Indira, mas já percebeu que seu jeito detestável de ser também a matou? Por que está culpando um garotinho quando, claramente, você é a praga dessa família? Por que não some da vida de todos para sempre?!

O filho perfeitoWhere stories live. Discover now