— Boa ideia, Dinesh! — concorda Niyati, o que não surpreende ninguém do grupo pois ela nunca discordava do garoto.

Porém, nesse caso, a ideia realmente havia sido boa.

— É tão bom ter um gênio no grupo!

— Menos, Rehan.

— Então, vamos? — pergunta Arjun.

— Vamos! — os outros três respondem em uníssono.

O grupo não seguia regras, gostavam de causar confusão por onde passavam mas, acima de tudo, eram unidos. Mesmo que um seja pego, não delatava os demais pois essa era uma das promessas deles. Os quatro pularam o muro do vizinho de Arjun, tomando o maior cuidado possível para não serem vistos. Logo após adentrarem no quintal, correram para a piscina tirando o excesso de roupas e pulando na água.

A sensação de liberdade aliviava o estresse do Yamir, principalmente porque compartilhava momentos assim com seus amigos.

Quando chegou em casa, avistou a sua mãe na sala observando o pequeno Kiran andar de forma desajeitada, ora caindo sentado e ora rindo bobo. Por esse curto período de tempo, Dinesh observou a cena sentindo-se deslocado em sua própria família. Ele não se encaixava nesse clima agradável, não mais. Então, seguiria para o quarto o mais rápido possível, se a voz da sua mãe não o fizesse parar no meio do trajeto.

— Dinesh?

Ele respirou fundo, recuando alguns passos até estar no campo de vista da mulher.

Mamadi.

— O que houve contigo? Você está molhado!

— Ah, isso... Bem, eu...

— Parabéns, Kiran! Dando os primeiros passos! — exclama Mahara abrindo um largo sorriso.

Em seguida, Raj chegava do trabalho e já corria para pegar o Kiran nos braços, ignorando o outro garoto completamente molhado. Após soltar um longo suspiro de frustação, Dinesh seguiu para o seu quarto.

No outro dia, o clima no café da manhã estava pesado e o garoto os fitava curioso, dando uma mordida na sua torrada com banana.

— O que houve?

— Não é algo que você entenderia, Dinesh...

— Claro que eu entenderia, esqueceu que sou inteli-...

— É sobre o Kiran. — Mahara o cortava antes de experimentar as batatas assadas. — Ele nasceu com a marca do escolhido.

— E o que isso significa?

— Significa que ele é a reencarnação do Rei Demônio.

Dinesh desvia a atenção para o pequeno Kiran que se sujava com a comida no prato e a sua única reação foi rir alto.

— O Kiran, um demônio? Vocês só podem estar malucos!

— É sério, Dinesh!

— É só uma lenda, baldi. Por que todos nessa família precisam ser atrasados ao ponto de dar importância a uma simples lenda urbana?

— Você é novo demais para entender.

— Que seja... Oh, ontem eu tive teste de matemática e tirei a maior not-...

— Como vamos proteger o nosso bebê? — questiona Mahara preocupada.

— Daremos um jeito, iadala. Por enquanto, nada aconteceu então estamos bem. — Raj dizia segurando a mão da esposa e sorrindo para confortá-la. — Eu vou proteger a minha família, eu prometo.

O filho perfeitoWhere stories live. Discover now