Antes de ser uma Yamir, o sobrenome dela era Dixon. O seu pai é um americano que se apaixonou por uma indiana em uma das suas viagens, onde se conheceram melhor e se casaram dois anos depois. Maxwell Dixon, um líder de uma empresa têxtil nos Estados Unidos, casou-se com Deva Hari, uma bela mulher detentora de olhos dourados. Os dois viajaram por vários lugares do mundo e a indiana pôde conhecer melhor as outras culturas, vendo como poderia criar seus filhos de uma forma diferente. Então, Mahara recebeu um tratamento diferente, sendo educada para respeitar e aceitar outros valores. Mesmo a família tendo morado no Japão por quase dez anos, ela aprendeu a sua língua nativa: o hindi. Porém, certo dia, eles precisaram se mudar para a América devido a uma crise na empresa.

Ao iniciarem uma nova vida nos Estados Unidos, Mahara criou uma paixão singela pelo mundo dos negócios e sempre tentava aprender com seu pai o que estava ao seu alcance. Deva observou a preocupação da filha e a apoiou no seu sonho de ser uma empresária. Mesmo recebendo críticas da família materna, Mahara perseverou até conseguir uma vaga em uma empresa de doces na sua cidade. Porém, os negócios não foram tão bem e a mulher acabou sendo despedida para economizar gastos, além da visão extremamente machista da época que a impedia de ter os mesmos direitos do homem.

Presenciando o fracasso da filha, Maxwell a mandou de volta para Índia onde passou boa parte do tempo aprendendo sobre ser uma boa dona de casa, porque dedicou muito tempo da sua vida aos estudos e acabou esquecendo dos afazeres domésticos. Particularmente, o seu pai não se importava com isso mas Deva sempre afirmava que não queria uma filha inútil. Então, mesmo à contragosto, Mahara foi conviver com os avós maternos a fim de ser uma boa esposa.

Porém, em um dos passeios pela feira da cidade, a mulher acabava esbarrando em um homem que conversava com seus sócios.

— Desculpa...

Ele desviava a atenção para a mulher de longos cabelos negros e suas orbes negras prendem-se completamente às íris douradas. Involuntariamente, o homem focava toda a sua atenção na desconhecida e ignorava a conversa dos sócios. Então, lentamente, se aproximava dela que comprava alguns temperos.

— O que pretende fazer?

Mahara direciona seus olhos para o belo homem de cabelos negros e terno cinza. Ele possuía um porte físico admirável e um sorriso contagiante. Nesse momento, as suas bochechas coram e ela abaixa o olhar antes da sua timidez excessiva ser notada.

— E-Estou procurando ingredientes para preparar curry.

— Não usamos louro no curry.

— N-Não?

Ao ver o desespero da mulher, ele deixa uma alta risada escapar.

— Que peculiar. Pensei que soubesse, já que usamos muito o curry em nossa culinária.

— É que... Eu não fui criada aqui, estou aprendendo a cozinhar ainda.

Ele a encarava interrogativo.

— Sim, eu sei. Sou uma decepção como mulher e dona de cas-...

— Eu não acho isso.

— Hã?

— Esse é o seu charme. E também, ser igual às demais é chato. — comenta colocando os temperos corretos na cesta que a jovem carregava. — Tenha orgulho de ser diferente.

O sorriso do homem iluminava o seu dia de uma forma única, fazendo o coração de Mahara disparar e ela o encarar toda boba.

— O-Obrigada.

O filho perfeitoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora