— hoje não tem jeito, vou ter que ir na clínica pra assinar uma papelada— paro na frente do Rodrigo que me olha com uma expressão preocupada
— eu vou te levar e te buscar, vou fazer uma tapioca pra você levar e comprar água de côco. Não fica muito tempo em pé pra não ficar com a perna inchada e eu vou comprar e mando entregarem a meia de compressão lá— ele segura meu rosto entre as mãos, falava de uma forma preocupada mas extremamente fofa. Fico encarando o meu zagueiro e um sorriso escapa dos meus lábios. Levo minha mão ao seu rosto e esfrego meu polegar em sua bochecha. Ele fecha os olhos e solta um suspiro pesado antes de colar nossas testas.
— amo quando você cuida da gente... — o Rodrigo abre os olhos e me encara— vai ficar tudo bem, eu vou ficar sentada com os pés pra cima— minha voz sai suave e vejo ele ficar um pouco mais tranquilo—prometo que vou ficar na minha sala com os pés pra cima até você chegar..... qual é amor? Eu tenho que te tranquilizar se não o Gabriel vai sair do treino aleijado— ele solta uma gargalhada e beija minha testa em seguida
— desculpa se eu estiver exagerando, é só que eu me preocupo com vocês três
— tá tudo bem, ok? Agora vai fazer minha comida que eu vou trocar de roupa!
— cuidado na hora de subir as escadas— ele grita indo pra cozinha
— um por um, bem devagar— quando finalmente chego no quarto tomo um banho rápido e coloco um vestido confortável. Pego tudo que eu precisaria e desço as escadas na velocidade de uma tartaruga
— tá tudo aqui— ele levanta uma bolsa térmica ao me ajudar a descer o último degrau— eles já acordaram?
— ainda não, eles são preguiçosos igual a mamãe— passo a mão pela minha barriga e vejo o Rodrigo sorrir
Ele dirige até a clínica e me leva até a minha sala.
— qualquer coisa me liga, Mariana!— eu sei...— falo contra os lábios dele que sorri—acordaram!— falo animada e coloco a mão do Rodrigo na lateral da minha barriga onde um deles chutava— acordaram pra da tchau pro papai!
— oi meus amores— era só o Rodrigo falar que os dois chutavam como se estivessem em um jogo de futebol— eles tão chutando né?— ele beija minha barriga e sorri bobo, meu peito aquece. Ele já era um paizão e eu me sentia muito sortuda por ter ele só pra mim.
— aaaaau, minha costela não criatura— sinto a fisgada e levo minha mão pro local que doía, o Rodrigo me ajuda a sentar e por mais que doesse eu sorria— sei que vocês são doidos pelo papai mas chutar a costela da mamãe é maldade!
— eles já me amam né?
— é claro que eles já te amam.... você é um pai incrível— ele balança a cabeça e suspira, esse era realmente o sonho dele— eu também te amo, tá?
— tá carente, girassol?— ele se inclina na minha direção e não perco tempo em beijar ele— eu já disse que você tá muito gostosa esses dias?— ele desce os beijos para meu pescoço e sinto meu corpo arrepiar
— aí se você não estivesse atrasado, zagueiro— mordo o lábio inferior dele que sorri
— mais tarde.... amo vocês!— ele me dá um selinho antes de sair correndo.
Depois de muitas horas entediada ali finalmente a papelada chega e eu assino os papéis, a Clara me liga e diz que uma das clientes quando soube que eu estava aqui pediu pra falar comigo. Não entendi muito bem o porque mas provavelmente era pra parabenizar e falar sobre os protocolos ou alguma sugestão.
Eu faço um esforço pra não parecer tão chata mas os enjoos e a dor nas costas realmente não colaboravam, qualquer posição parecia extremamente desconfortável. Me ajeito na cadeira e respiro fundo antes de gritar um pode entrar e segurar um sorriso no rosto.
— dá licença— assim que a Tayane passa pela porta sei que não vem coisa boa por aí— Tayane?— encaro a mulher que senta na cadeira a minha frente com um sorriso que exalava falsidade
— tudo bom, Mariana?
— o que você tá fazendo aqui!?
— só te da parabéns pela gravidez e pela clínica que é incrível!— eu começo a me irritar com a simpatia exagerada da mulher a minha frente
— se era só isso....
— na verdade eu quero dizer que eu te entendo.... duas mulheres que sofreram no ambiente de trabalho machista e deram a volta por cima com o seu próprio trabalho— o sorriso de lado me faz ter certeza de que tem algo ai— a diferença é que eu sou uma pessoa com valores
— você veio até a minha clínica pra me ofender?— levanto da cadeira e ela parecia satisfeita com a minha irritação pois encosta na cadeira e sorri— pera aí, como você sabe disso?
— o Rodrigo não te contou?— eu estava confusa e ela dá uma risada— oh meu deus, você não sabe!
— vai falar ou vai ficar rindo?
— eu e o Rodrigo nos encontramos depois que você viajou e ele me contou tudo...
— foi você.... meu deus, foi você!
— quando o Rodrigo me contou o que você fez me senti na obrigação de alertar o Flamengo
Encaro a mulher a minha frente perplexa, esse tempo todo foi ela, e eu coloquei a culpa no Rodrigo. O pior é que ele sabia que poderia ter sido ela e não falou nada. Ver a satisfação no rosto dela me pega desprevenida, meus olhos começam a arder e sinto meu coração acelerar.
Meus pensamentos se voltam pros meus filhos e rapidamente trato de me acalmar, ela queria me tirar do sério e eu não podia cair nessa por eles. Fecho os olhos e levo as mãos pra minha barriga, me concentro na minha respiração enquanto tento pensar neles.— sai daqui Tayane— abro os olhos e vejo que ela me encarava
— não terminei ainda, Mariana!
— vamo pra casa, girassol!— o Rodrigo invade minha sala com um sorriso que some assim que ele me olha— que cara é essa, girassol?— ele me abraça e apoio meu rosto no peito dele— você tá tremendo, Mariana!— ele olha pra Tayane e depois pra mim
— Bom dia, Rodrigo— ele se afasta de mim e parece entender que meu nervosismo tem haver com ela.
— eu vou te avisar só uma vez Tayane— a voz dele era furiosa e vejo o olhar confiante e debochado da Tayane vacilar— fica longe da minha família, qualquer coisa que acontecer com os meus filhos e a minha mulher vão estar na sua conta a partir de agora e acredite que eu iria até o inferno atrás de você!
— Rodrigo...
— vai embora daqui! Eu espero que você nunca mais coloque os pés aqui pro seu bem— eu podia ouvir o ranger dos seus dentes, a mulher que entrou aqui como uma cobra sai como uma lagartixa com o rabo entre as pernas. Ela levanta e após ajeitar seus cabelos sai dali, o olhar dele se volta pra mim— você tá bem?
— pega a água pra mim?— aponto pra garrafa e bebo três goles— eu só quero ir pra casa...
— desculpa por isso...
— porque você contou pra ela, Rodrigo?— ele desvia o olhar do meu antes de esfregar os cabelos.
YOU ARE READING
Hapiness
FanfictionMariana se viu envolvida com um homem casado, ela não sabe como mas quando percebeu tudo já era tão intenso é tão forte... mas sua consciência não a deixava em paz nos últimos dias!